Mujica para sempre! (por Chico Alencar)

José ‘Pepe’ Mujica, nascido em maio de 1935, que nos deixou hoje, é um desses luminosos. Exemplo do que há de mais nobre na política: utopia igualitária, ideal de transformação social, autocrítica, coerência de vida, simplicidade, tenacidade.

Em janeiro, de sua chácara nos arredores de Montevidéu, Mujica pediu que não o entrevistassem mais: “estou morrendo, o câncer se espalhou e não há mais como detê-lo. O guerreiro tem o direito de descansar”.

Antes de ter seu último desejo atendido, Mujica lutou incansávelmente contra a ditadura no Uruguai (foi guerrilheiro Tupamaro), sofreu longa prisão e torturas abomináveis (12 anos na solitária). Depois, com a democratização, articulou-se na Frente Ampla de Esquerda, foi deputado, ministro da Agricultura, presidente da República e senador.

Mesmo ocupando todos esses altos cargos, Pepe manteve sua vida despojada. “Não preciso mais do que já tenho e o consumismo nos ilude, coloca o secundário no lugar do essebcial” – explicava. Nunca se deixou asfixiar com as gravatas do poder. “Não pobre, sou sóbrio” – repetia, na sua conhecida modéstia rica de sonhos coletivos.

Como seria bom que quem está na vida pública seguisse o exemplo de Mujica! Eu, com minhas limitações, me esforço…

Mujica praticou valores transcendentais, de Justiça, Solidariedade Internacional, Cuidado Ambiental e Democracia Participativa.

Esse José, amigo do papa Francisco, não era religioso, mas a ele cabem muito bem as palavras do apôstolo Paulo aos coríntios
(2 Co, 6-10): “tidos como tristes, mas sempre alegres; pobres, mas enriquecendo a muitos; nada tendo e possiundo tudo!”.

José Pepe Mujica continua em todos nós, que tanto o admiramos!

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