Pecuarista com produção em três países conta diferenças de custo e rendimento

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Foto: Gilson Abreu/AEN

O produtor rural Alberto Asato tem produção de boi gordo no Brasil, Paraguai e na Bolívia. Durante participação no Confinar 2025, na última terça-feira (14), em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, ele fez uma análise comparativa sobre a gestão da atividade pecuária nos três países.

Diretor da Sunsas (Bolívia), da Campanário Agropecuária (Brasil) e da Estância Lagunita (Paraguai), Asato apontou que o principal ponto em comum entre os três países é a dificuldade crescente em relação à mão de obra. “É um desafio constante, com maior intensidade na Bolívia, mas presente em todas as operações”, avaliou.

Custo-benefício entre países

O pecuarista mostrou que, mesmo entre países fronteiriços, a questão custo-benefício é bem distinta:

“Na Bolívia, o custo subiu e a produtividade é mais baixa. No Brasil, o custo é mais alto, mas o rendimento compensa. Já o Paraguai tem menor carga tributária e uma legislação mais favorável, o que torna a atividade menos onerosa”, destacou.

Comparando dados operacionais apresentados durante a palestra, na ponta do lápis, as diferenteças entre os três países é a seguinte:

  • Bolívia: custo médio de R$ 181,47 por arroba produzida, com uma produtividade de 13,7 arrobas por hectare ao ano
  • Paraguai: custo mais competitivo, de R$ 127,13 a arroba, com produtividade média de 19,3 arrobas por hectare ao ano
  • Brasil: apesar do custo intermediário (R$ 162,04 a arroba), se destaca pela maior produtividade: 25,2 arrobas por hectare ao ano

Segundo Asato, os números justificam, para ele, o investimento mais alto no sistema de produção brasileiro.

Propriedade no Brasil

produtor rural Alberto Asato - produção pecuária em três países - Confinar 2025
Alberto Asato durante o Confinar 2025. Foto: Divulgação

Na propriedade brasileira, localizada em Laguna Carapã, sudoeste de Mato Grosso do Sul, Asato conta que a sua estratégia é baseada na intensificação e na qualidade do rebanho, com foco na exportação.

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“Trabalhamos com produtos de alta performance. O Brasil tem ampliado sua participação nas exportações e isso exige um modelo produtivo mais eficiente e competitivo”, considera.

Sobre o Paraguai, o produtor destacou a vantagem tributária. “É o país com a melhor estrutura em termos de legislação patrimonial e carga fiscal. A exportação é significativa e o ambiente regulatório mais estável permite planejar com maior segurança.”

Por fim, o pecuarista reformou que, embora o produto final seja o mesmo — proteína animal de alta qualidade — os caminhos para produzi-lo mudam conforme o país, mesmo que estejam geograficamente conectados.

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