Rover da Nasa registra, pela primeira vez, o céu verde de Marte

Pela primeira vez, cientistas registraram uma aurora visível no céu noturno de Marte. O brilho verde causado por oxigênio ionizado foi detectado pelo rover Perseverance, da Nasa, em 18 de março do ano passado na Cratera Jezero. As observações sobre a detecção do fenômeno foram publicadas no periódico Science Advances na última quarta-feira (14/5).

O registro abre novas perspectivas de estudo sobre o planeta. A presença de auroras em Marte já era conhecida, porém todas eram em ultravioleta e invisíveis ao olho humano.

As auroras ocorrem a partir do resultado das interações energéticas entre as partículas extraplanetárias e planetárias mediadas por um campo magnético. Com isso, partículas são guiadas pelo em direção ao planeta, colidindo com outros materiais, lançando elétrons e criando um brilho que depende do comprimento das ondas.

A aurora verde foi registrada no comprimento de onda de 557,7 nanômetros, típico do brilho visível do oxigênio ionizado e o mesmo que causa o efeito luminoso verde nas auroras terrestres.

Como Marte tem uma atmosfera muito fina, o planeta não possui um campo magnético global. No entanto, campos magnéticos locais preservados em minerais da crosta são capazes de gerar as auroras.

O fenômeno raro foi observado dias após uma ejeção de massa coronal do Sol, que lançou bilhões de partículas carregadas em direção a Marte. Com câmeras e sensores adequados, o Perseverance conseguiu detectar o espetáculo na hora certa. Foi possível perceber que a aurora marciana é mais uniforme e difusa, sem faixas estruturadas como as da Terra, cobrindo inteiramente o céu.

Essa foi a quarta tentativa dos pesquisadores de capturar o fenômeno. Eles planejam observar mais auroras para descobrir como elas ocorrem em Marte e entender o padrão de surgimento delas.

“Estou incrivelmente entusiasmada com as pesquisas futuras que esta descoberta nos proporciona. Estou muito interessada em descobrir que tipos de tempestades solares causam a aurora. É super divertido imaginar o planeta vermelho brilhando em verde”, diz a autora principal da pesquisa e física Elise Wright Knutsen, da Universidade de Oslo, na Noruega, em entrevista ao portal Science Alert.

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