Saiba quem está por trás da rinha de galos onde mais de 500 animais foram encontrados no Vale do Sinos

Uma força-tarefa das forças de segurança de Estância Velha desmantelou, na tarde de quarta-feira (14), uma rinha de galos clandestina no bairro Das Quintas. No local, de difícil acesso e situado em uma chácara na Rua Arsilda Trein, foram encontrados mais de 500 galos confinados, alguns deles com sinais claros de envolvimento em brigas.

A operação, que também identificou um cachorro em estado grave de maus-tratos, resultou na prisão de Vanderlei Klaus, de 54 anos, apontado como proprietário dos animais e do espaço onde funcionava a arena de combate. Ele foi autuado em flagrante, sem direito ao pagamento de fiança, e está preso aguardando a audiência de custódia que deve ocorrer nesta quinta-feira (15).

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Suspeito é irmão de vereador que defende a causa animal; político diz que não tem relação com ele

O homem preso é irmão do atual presidente da Câmara de Vereadores de Estância Velha, Edenilson Klaus, o Nina, eleito com a bandeira da proteção animal. Ele já foi secretário de Meio Ambiente do município e, durante sua gestão, coordenou ações de combate aos maus-tratos. Uma delas, inclusive, chegou até o irmão Vanderlei, resultando na apreensão de outro plantel de galos anos atrás.

Procurado pela reportagem, o presidente da câmara afirmou que não tem relação com o irmão e que a comunicação entre eles se limita a assuntos familiares relacionados a herança. Segundo Nina, ele desconhecia a existência da rinha de galos ou a situação de maus-tratos ao cão. “A minha opinião sobre maus-tratos sempre foi clara: existe uma lei, e a prática de maus-tratos é crime. E a lei vale para todos, independentemente de ser parente, amigo ou inimigo. Se houver crime, que seja responsabilizado”, disse o parlamentar.

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Agentes encontraram galo com bico atado com fita crepe, e cão esquelético tinha carcaça de galo para comer

Conforme o secretário de Segurança e Bem-Estar, Oseias Vieira, o cenário encontrado confirmou a prática de rinha de galos. “Havia uma arena montada com estrutura de ringue, onde um dos galos estava com esporas de borracha, colete protetor e bico atado com fita crepe”, descreve. Outros dois galos também apresentavam lesões compatíveis com confrontos. Além disso, um perfil no Instagram que divulgava imagens das brigas ocorridas no local foi identificado pela investigação, reforçando as evidências da atividade ilegal.

A situação de maus-tratos também se estendia a um cachorro mantido em um canil completamente insalubre, sem acesso a água, com restos de carcaças de galos em decomposição como única fonte de alimentação e em meio a fezes, penas e sujeira.

Ainda de acordo com a secretaria, o cachorro estava em estado esquelético. Um veterinário constatou os maus-tratos.

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Galos avaliados em R$ 50 mil

Entre os mais de 500 animais encontrados, havia exemplares avaliados em até R$ 50 mil. O alto valor de mercado de alguns galos demonstra o potencial econômico do crime, que movimenta cifras expressivas por meio das apostas ligadas às rinhas.

A operação foi resultado de uma denúncia de maus-tratos ao cão e envolveu a atuação conjunta da Guarda Civil Municipal, Defesa Civil, Polícia Civil, Secretaria do Meio Ambiente, Vigilância Sanitária e Bem-Estar Animal.

A reportagem não localizou a defesa de Vanderlei Klaus até a publicação. O espaço segue aberto para manifestação.