Tadalafila: para que serve remédio achado em bala proibida pela Anvisa

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu todas as atividades relacionadas à Metbala, uma bala tipo “gummy” que contém tadalafila, substância usada no tratamento da disfunção erétil.

A decisão, publicada nessa quarta-feira (14/5) no Diário Oficial da União, veta a fabricação, comercialização, distribuição, manipulação, propaganda e uso do produto. Segundo a agência, a tadalafila é um medicamento sujeito à prescrição médica e deve ser usada apenas após avaliação clínica.

“Cuidado! A automedicação coloca sua vida em risco. Esses produtos não são inofensivos. Quem faz a propaganda de produtos irregulares também comete infração sanitária e está sujeito a penalidades, incluindo multas”, informou a Anvisa.

Para que serve a tadalafila?

A tadalafila é conhecida principalmente por tratar a disfunção erétil, mas também é usada em casos de hiperplasia prostática benigna — quando há aumento da próstata — e de hipertensão arterial pulmonar, que é a pressão alta nos vasos sanguíneos dos pulmões.

O medicamento age relaxando os vasos sanguíneos, o que facilita o fluxo de sangue. No caso da disfunção erétil, o efeito favorece a ereção durante a estimulação sexual.

Já na hiperplasia prostática benigna, o medicamento ajuda a aliviar sintomas como jato urinário fraco e a necessidade frequente de urinar à noite. Para a hipertensão pulmonar, a substância melhora a capacidade funcional do paciente, mas sua formulação é específica para esse fim.

Uso nas academias

Nos últimos anos, a tadalafila passou a ser usada, de forma indevida, por frequentadores de academias como um suposto aliado para ganho de massa muscular.

A ideia por trás do uso fora da bula é que a substância ajudaria a relaxar o endotélio, camada interna das artérias, aumentando o fluxo de sangue durante os treinos. Esse aumento da irrigação muscular seria um estímulo para a hipertrofia.

No entanto, especialistas alertam para os riscos da prática. “A tadalafila não é um suplemento para a prática esportiva. Não há qualquer comprovação científica desse benefício. Além disso, o uso sem orientação médica pode desencadear efeitos colaterais graves, como tonturas e problemas cardíacos”, afirmou o urologista Tiago Mierzwa, em entrevista anterior ao Metrópoles.

Além disso, o uso sem indicação médica pode levar à dependência, alertou o urologista Marco Tulio Cavalcanti, de São Paulo. “Pode também ocorrer uma tolerância que apaga seus efeitos e obriga o usuário a tomar doses maiores”, destacou o médico em entrevista anterior ao Metrópoles.

Em casos mais graves, a substância pode causar ereções prolongadas e dolorosas, que, se não tratadas, podem até danificar o pênis.

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