Acordo de regionalização reduz impacto do caso de gripe aviária, diz CEO da BRF

O CEO da BRF, Miguel Gularte, lembrou que o Brasil já tem acordos de regionalização sanitária com diversos países, o que deve limitar os impactos comerciais do foco de gripe aviária registrado no município de Montenegro (RS). “A regionalização, a partir da doença de Newcastle, já ficou prevista em vários países”, disse o executivo, em teleconferência com analistas.

Segundo ele, países como Arábia Saudita, Japão, Argentina, Filipinas, Ucrânia e outros já reconhecem formalmente o conceito de regionalização, o que permite restringir eventuais sanções apenas às áreas afetadas, em vez de suspender as exportações de todo o País. “Vamos ter dois tipos de situação: alguns países já aplicam a regra de regionalização, circunscrita num raio de 10 quilômetros, e outros podem trabalhar com o conceito de Estado”, explicou.

O foco da doença levou a China a suspender temporariamente a importação de carne de frango do Brasil.

Gularte destacou que a medida é semelhante à adotada durante a doença de Newcastle. “Na época, a China fez o mesmo, mas depois deixou circunscrito ao Rio Grande do Sul”, comentou.

Ele ressaltou, ainda, que a BRF mantém estoques estratégicos e planos de contingência para garantir o abastecimento dos clientes em situações como essa. “Temos 187 novas habilitações nos últimos três anos, o que nos permite transitar com produtos para mercados alternativos”, disse.

Apesar do momento de atenção, Gularte voltou a demonstrar confiança na resposta do sistema sanitário brasileiro. “O País tem uma biossegurança muito forte, uma credibilidade muito grande, e devemos transitar por essa situação de forma rápida e ágil”, afirmou.

Estoques em diferentes regiões do mundo

O CEO da BRF afirmou que a companhia mantém estoques de produtos em diferentes regiões do mundo, o que permite à companhia mitigar riscos e garantir o abastecimento mesmo diante de eventos sanitários, como o foco de gripe aviária no Rio Grande do Sul.

“É importante destacar que, por conta da diversificação geográfica da BRF, mantemos estoques de produtos em diferentes localidades, o que nos permite mitigar riscos e garantir o abastecimento dos nossos clientes”, disse o CEO da empresa.

Gularte reforçou o discurso de que o caso é “isolado e localizado” e que a BRF já possui planos de contingência estruturados para enfrentar esse tipo de situação. “Temos planos de contingência estruturados – que funcionaram bem no episódio anterior (da Doença de Newcastle) – e estamos certos de que funcionarão novamente neste caso”, disse.

Para o executivo, o histórico do setor e a rápida resposta das autoridades sanitárias indicam que o episódio será superado sem grandes impactos. “Esse tipo de ocorrência não é novidade no setor avícola nem no setor de proteína animal”, afirmou, lembrando o caso da doença de Newcastle, também no Rio Grande do Sul, no ano passado. “Naquela ocasião, o Ministério da Agricultura agiu de forma rápida e eficiente – como está fazendo agora”, acrescentou.

Por fim, o CEO destacou a confiança da companhia na reputação sanitária brasileira. “Confiamos que todo o sistema de biossegurança e a credibilidade internacional do Brasil, sustentada por um excelente padrão sanitário, vão permitir, mais uma vez, que superemos esse episódio”, comentou.

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