Com Correios no prejuízo, oposição protesta contra novo selo do MST

Em meio ao prejuízo bilionário registrado em 2024, os Correios trabalham no lançamento de um selo em homenagem à reforma agrária, em parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). A notícia tem gerado críticas da oposição ao governo do presidente Lula (PT) e engrossado o caldo de reclamações contra a gestão da estatal pelo atual governo.

Em nota, a empresa disse estar “em tratativas iniciais” com o MST sobre a confecção do selo. “A imagem da peça filatélica bem como a data de lançamento serão divulgadas em breve”, informou.

“Sim, a estatal que acumula R$ 2,6 bilhões de prejuízo agora celebra um movimento que invade terras, afronta a lei e ataca propriedades privadas. Enquanto aposentados são roubados, os Correios gastam dinheiro público promovendo o ‘Abril Vermelho’”, escreveu o deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), líder do PL na Câmara, nas redes sociais.

O também deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) acusou os Correios de “se tornaram promotores de pautas militantes para atacar opositores”.


Crise nos Correios

  • A empresa estatal vem registrando anos seguidos de prejuízo.
  • Em 2024, o rombo foi de R$ 2,6 bilhões, valor quatro vezes maior do que o observado em 2023 (R$ 597 milhões). Trata-se do primeiro prejuízo bilionário desde 2016.
  • A empresa disse enfrentar “legado de sucateamento com investimentos e modernização” e frisou que, mesmo com o prejuízo, foram investidos R$ 830 milhões no último ano.
  • Também atribui o prejuízo bilionário registrado em 2024 à chamada “taxa das blusinhas”, que diz ter sido “uma demanda do varejo nacional, que teve impacto positivo para o setor, mas negativo para os Correios”.

O senador Márcio Bittar (União-AC) apresentou um requerimento de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a situação da estatal. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) assinou o pedido.

“Os Correios estão afundando nas mãos do PT. Nós vamos investigar e responsabilizar os culpados”, disse Flávio, em vídeo no qual pede que seus seguidores pressionem os senadores pela CPI.

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