Dólar avança com foco em EUA e Haddad. Bolsa busca novo recorde

O dólar operava em alta nesta sexta-feira (16/5), em um dia no qual os investidores voltam suas atenções mais uma vez para a divulgação de indicadores da economia norte-americana.


Dólar

  • Às 9h16, o dólar subia 0,26%, a R$ 5,695.
  • Mais cedo, às 9h08, a moeda dos Estados Unidos tinha leve alta de 0,02% e era negociada a R$ 5,68.
  • Na véspera, o dólar fechou em alta de 0,83%, cotado a R$ 5,679.
  • Com o resultado, a moeda dos EUA acumula ganhos de 0,04% no mês e perdas de 8,1% no ano.

Confiança do consumidor nos EUA

Nesta última sessão do mercado na semana, os investidores repercutem os dados preliminares sobre a confiança do consumidor nos EUA referentes ao mês de maio, divulgados pela Universidade de Michigan.

Na leitura anterior, o índice de confiança do consumidor norte-americano ficou em 52,2 pontos. Para este mês, a expectativa dos analistas é que o indicador fique em 53,4 pontos.

A mesma Universidade de Michigan também informará as expectativas de inflação nos EUA para maio.

Na leitura anterior, o indicador ficou em 6,5%. A expectativa para 5 anos foi de 4,4%.

Ainda nesta sexta-feira, os EUA divulgam dados referentes às novas construções residenciais e aos índices de preços de produtos exportados e importados.

Haddad e questão fiscal

No cenário doméstico, as atenções do mercado se concentram no ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que tem compromissos em São Paulo.

O chefe da equipe econômica se reúne, no escritório da pasta na capital paulista, com a presidente-executiva da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), Janaina Donas.

Haddad também participa do evento “Prisma Fiscal 10 anos”, no mesmo local.

Na quinta-feira (15/5), em Brasília, o ministro da Fazenda negou a existência de um novo pacote fiscal. Segundo ele, o governo federal apresentará apenas medidas para garantir o cumprimento da meta fiscal deste ano, dentro das regras do arcabouço fiscal – como é chamada a nova forma de controle de endividamento público brasileiro.

“As únicas medidas que estão sendo preparadas, para levar ao conhecimento do presidente, que seria hoje [quinta-feira], mas em função do falecimento do Mujica [ex-presidente do Uruguai] passou para semana que vem, são medidas pontuais para cumprimento da meta fiscal, como fizemos no ano passado”, informou Haddad a jornalistas.

“Não dá nem para chamar de pacote, porque são medidas pontuais, nenhuma de escala, voltadas exclusivamente para o cumprimento da meta fiscal”, reforçou o ministro.

O titular da Fazenda afirmou que o governo estuda medidas voltadas “exclusivamente para o cumprimento da meta fiscal”. A meta fiscal para 2025 é de déficit zero — equilíbrio entre despesas e receitas —, com banda que permite um déficit de até R$ 31 bilhões.

Haddad também negou que haja demandas ou estudos de ampliação do Orçamento para o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), a fim de bancar uma possível ampliação do Bolsa Família. Nos últimos dias, circulou a informação de que o programa assistencial seria aumentado para o valor mensal de R$ 700 a partir de janeiro de 2026.

“Não tem demanda, estudo, pedido de orçamento para o MDS, zero”, disse Haddad a jornalistas. Ele afirmou que também não há demandas em relação a outros ministérios.

“O Orçamento do MDS é esse, está consignado, não há da parte do MDS pressão sobre área econômica para absolutamente nenhuma iniciativa nova. Isso vale para os demais ministérios também, não há demanda de espaço fiscal para projetos novos, e é isso, eu vim esclarecer isso, porque eu estou vendo circular uma série de coisas que não procedem.”

Fusão Marfrig-BRF

Outro grande destaque do mercado é o anúncio da fusão entre Marfrig e BRF, dando origem a uma nova empresa, a MBRF Global Foods Company.

A nova companhia será detentora de todas as marcas. A Marfrig propôs a incorporação da totalidade das ações de emissão da BRF, segundo um comunicado divulgado ao mercado.

De acordo com as duas companhias, a união formará uma das maiores empresas de alimentos do mundo, a partir de “uma plataforma verdadeiramente multiproteínas, com marcas icônicas e um portfólio integrado, com 38% do volume de vendas provenientes de produtos processados com alto valor agregado”.

Juntas, Marfrig e BRF somaram uma receita líquida consolidada de R$ 152 bilhões nos últimos 12 meses.

A operação prevê que os acionistas da BRF e da Marfrig devem ser beneficiados com um pagamento significativo de proventos. A BRF vai distribuir até R$ 3,52 bilhões, e a Marfrig, R$ 2,5 bilhões.

As sinergias comerciais e logísticas do grupo somam R$ 805 milhões, dos quais algo entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões previstos para os primeiros 12 meses, e o restante, no médio e longo prazo.

Em relação às receitas e aos custos, a estimativa do grupo é alcançar R$ 485 milhões por ano, com expectativa de redução de despesas de R$ 320 milhões anuais.

Bolsa de Valores

As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.

No dia anterior, o indicador bateu um novo recorde, fechando em alta de 0,66%, aos 139.334 pontos.

Na última terça-feira (13/5), o Ibovespa já havia superado a marca histórica, ao alcançar 138.940 pontos.

Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula ganhos de 3,17% em maio e de 15,85% em 2025.

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