FIIs renovam máxima histórica e Ifix acumula alta de quase 10% em 2025

O Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX) da B3 renovou sua máxima histórica na manhã desta sexta-feira (16/05), ao alcançar os 3.430,07 pontos, com alta de 0,21% no dia. O avanço consolida o bom momento dos FIIs na Bolsa e reforça o movimento de recuperação iniciado no fim de 2024.

Desde janeiro, o indicador já acumula valorização de quase 10%. Em abril, o índice também teve desempenho expressivo, com alta de 3,02%, impulsionado por dividend yields elevados, preços descontados e melhora do cenário macroeconômico.

Para analistas do setor, o desempenho atual do IFIX não é um evento isolado, mas sim resultado de fundamentos sólidos e da correção de distorções provocadas por incertezas do ano passado.

“O IFIX tem apresentado um bom desempenho em 2025, sustentado por dois principais pilares”, afirma Willian da Rocha, broker da Mesa de Alocação da Nippur Finance. Segundo ele, a primeira perna do movimento se deu ainda no fim de 2024, quando a aversão ao risco elevou os descontos nas cotas, mesmo em fundos com bom histórico de crédito e pagamento de dividendos.

Do lado das gestoras, a percepção também é de que o movimento reflete um ajuste natural às condições macroeconômicas menos estressantes. “A retomada vem, em partes, como ajuste da reação excessivamente negativa à época”, avalia Bruna Rezek, head de RI da Urca Capital Partners.

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Descontos impulsionaram o início do rali

De acordo com Rocha, o fim do ano passado foi marcado por “incertezas políticas e expectativas de Selic persistentemente altas”. Nesse cenário, diversos FIIs passaram a negociar com descontos superiores a 30% em relação ao valor patrimonial. “Muitos desses fundos mantiveram os dividendos estáveis, o que, aliado à queda nas cotas, resultou em dividend yields elevados, atraindo o investidor fundamentalista de longo prazo”, explica.

A combinação impulsionou o fluxo comprador e contribuiu para a recuperação do índice nos meses seguintes.

“O ganho de maior visibilidade da curva futura de juros aumentou o nível de conforto do mercado em relação ao que esperar dos FIIs”, afirma Rezek. Ela destaca que, embora ainda existam ativos negociados abaixo do valor patrimonial, o mercado já precificou grande parte do cenário de curto prazo.

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Fundamentos sólidos sustentam a alta

Para os especialistas, a valorização do IFIX reflete uma volta aos fundamentos. “Conclui-se, portanto, que o movimento observado não se trata de um ‘voo de galinha’, mas sim de um retorno aos fundamentos sólidos mantidos pela maioria dos FIIs de qualidade”, reforça Rocha.

Ele lembra, porém, que o cenário segue desafiador. “O ambiente macroeconômico ainda está permeado por incertezas, o que mantém o mercado suscetível à volatilidade no curto prazo. Por isso, acompanhamento ativo e seletividade na escolha dos ativos continuam essenciais.”

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