Iniciativa alerta a população sobre abuso e exploração sexual infantojuvenil em Canoas

Com as cores do semáforo, o vermelho, o amarelo e o verde indicam onde as pessoas podem tocar ou não no corpo de uma criança ou adolescente. É a partir desta atividade lúdica que os jovens entram na luta contra o abuso e a exploração sexual infantojuvenil. A iniciativa foi realizada nesta sexta-feira (16) no Calçadão de Canoas, um dos pontos mais movimentados do Centro da cidade. 

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Ação no Calçadão de Canoas alerta sobre abuso e exploração sexual infantojuvenil



Ação no Calçadão de Canoas alerta sobre abuso e exploração sexual infantojuvenil

Foto: Paulo Pires / GES

Quem participou foi o Yuri Ribeiro, 10 anos, que não teve dúvidas de onde encaixar as cores corretamente. Isso porque sua mãe, a montadora Maria Ribeiro, 36, lhe ensinou sobre o assunto em casa. “Eu falo disso com ele. É uma criança esclarecida”, comenta. “Eu achei legal. Me ensinaram a onde não pode tocar”, conta o estudante. 

“É uma coisa importante porque, como pais, nem sempre conseguimos orientar, passar tudo o que tem que passar. É importante as crianças terem essa conscientização, de que as pessoas não podem tocar sem autorização. E é uma coisa que pode acontecer até dentro da própria família, não vemos isso”, ressalta Maria. 

É com essa intenção de esclarecer a população a respeito do tema que a Secretaria da Cidadania, Mulher e Inclusão promoveu a ação no Centro, como destaca a chefe de unidade da diretoria da Família e Juventude, Camila Andreza. “Nós estamos com essa ação para que a crianças e adolescente possa aprender a identificar o que é um abuso, qual é o adulto de confiança para quem ela pode contar. É uma ação de conscientização e informação para todas as idades.”

“Eu queria que essa ação tivesse no meu tempo quando eu estava na escola, era criança. Eu queria que coisas assim tivessem acontecido. Então, que bom que hoje, adulta, eu posso estar aqui e fazer isso pela cidade”, completa. 

Não avançar o sinal

A iniciativa distribuiu panfletos para os jovens, com desenhos para colorir, e para os adultos, com informações sobre como proteger as crianças e os adolescentes deste tipo de situação. (Confira o conteúdo mais abaixo). Toda a ação conta com o apoio da ONG Abrace, que desenvolve a atividade lúdica do semáforo em diferentes espaços há quatro anos. 

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Atividade lúdica do Fique Alerta! usa as cores do semáforo para orientar crianças e adolescentes



Atividade lúdica do Fique Alerta! usa as cores do semáforo para orientar crianças e adolescentes

Foto: Paulo Pires / GES

A cor verde diz onde a pessoa pode tocar com autorização, enquanto que a cor amarela indica um sinal de alerta para aquele toque. Já o vermelho é o local onde não pode tocar. As crianças e adolescentes fazem a associação com as partes do corpo, como boca, genitais, braços e pernas. A proposta é ensinar que não se pode avançar o sinal. 

“É um impacto muito grande fazer isso no Centro porque são muitas pessoas que não temos acesso nas escolas. Por exemplo, os adultos porque normalmente são só as crianças. Nesse fluxo de gente, é muito abrangente o fluxo de pessoas que podemos alcançar”, destaca a voluntária Andreia Tumelero. 

Conscientização 

A ação é alusiva ao dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. A data integra o Maio Laranja, mês de conscientização e prevenção a estes crimes. Confira abaixo as informações divulgadas nos panfletos, confeccionados com apoio da Cartilha sobre Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes da Polícia Civil de São Paulo.

Por que falar em violência sexual contra crianças e adolescentes?

Primeiro, porque a violência sexual contra crianças e adolescentes é uma prática que infelizmente acontece em todo o Brasil. Segundo, para o país enfrentar e superar essa grave situação, é preciso conhecer muito bem o problema. 

O que é abuso sexual?

É toda ação praticada por adultos, tanto homens, quanto mulheres, contra crianças e adolescentes, que tenha por objetivo a estimulação sexual das vítimas ou a satisfação sexual do próprio abusador. É crime abusar ou explorar sexualmente crianças e adolescentes.

Quem são os abusadores?

A maioria deles são homens, pertencentes às famílias das vítimas, com histórico de problemas com álcool, drogas, violências doméstica, negligência e outros. 

Como identificar o abuso ou exploração?

Mudança brusca no comportamento, alterações de humor entre retraimento e extroversão; tristeza repentina, agressividade ou intolerância; crises de choro acompanhadas por sentimento de culpa; insônia ou excesso de sono; desânimo; vergonha excessiva; medo do escuro, lugares, pessoas, de ficar sozinho, etc. 

Os comportamentos citados não são regras e nem sempre surgirão, mas são mas são uma forma de manifestar o sofrimento. 

Como proteger as crianças? 

Ensine que elas não precisam beijar e abraçar quem não desejam. Fale com tranquilidade e sem pudor sobre o nosso corpo, nomeando corretamente as partes íntimas. 

Ensine que as partes íntimas precisam ser cuidadas e protegidas. Explique como fazer a higiene íntima, evitando que outras pessoas as toquem. 

Respeite a timidez da criança, pois é importante para a sua autopreservação. Diga às crianças que podem lhe contar tudo, sem segredos. 

Denúncia

Denuncie pelo Disque 100 (canal anônimo e gratuito); Polícia Militar no 190 ou nos telefones dos conselhos tutelares da cidade. 

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