Buffett seria o mais rico do mundo, superando Musk, se tivesse doado menos

Warren Buffett, 94, poderia ser hoje o homem mais rico do mundo — com uma fortuna estimada em quase US$ 400 bilhões — se não tivesse doado ações da Berkshire Hathaway ao longo dos últimos 20 anos. A estimativa é da Bloomberg, com base no valor atual dos papéis que o investidor destinou majoritariamente à filantropia desde 2006.

Segundo o levantamento, Buffett doou mais de US$ 60 bilhões em ações no momento dos repasses, que hoje valeriam cerca de US$ 230 bilhões. Isso faria sua fortuna superar em US$ 67 bilhões a de Elon Musk, atual líder do ranking global.

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Buffett anunciou publicamente em 2006 que doaria 85% de seu patrimônio, então avaliado em US$ 44 bilhões. Desde então, fez repasses regulares em ações da Berkshire, principalmente para a Fundação Gates e para entidades ligadas a seus filhos. Em 2010, formalizou o compromisso ao criar, junto com Bill e Melinda Gates, o Giving Pledge, iniciativa que incentiva bilionários a destinarem pelo menos metade de sua fortuna à filantropia.

Na prática, o investidor foi além: prometeu doar mais de 99% de seus recursos, afirmando que ele e sua família “não perderiam nada de que precisassem ou quisessem” ao fazer isso. “O restante pode ter um enorme impacto na saúde e no bem-estar de outros”, escreveu ele à época.

Apesar da doação bilionária, Buffett mantém uma fortuna estimada em US$ 167 bilhões, quase totalmente atrelada às ações da Berkshire. Ele chegou a ocupar o posto de mais rico do mundo em 2008, e agora, segundo a Bloomberg, voltaria ao topo se tivesse mantido todos os papéis que doou.

O plano sucessório de Buffett prevê que seus três filhos — Howard, Peter e Susie — administrem a doação do patrimônio restante após sua morte, exigindo unanimidade em todas as decisões. A Fundação Gates deixará de receber recursos após seu falecimento, conforme carta divulgada por ele no ano passado.

Com um estilo de vida simples para o seu patrimônio, Buffett continua morando na mesma casa que comprou em Omaha, Nebraska, em 1958, e mantém hobbies simples como jogar bridge e tocar ukulele. Ele já afirmou que heranças excessivas são “inimigas da meritocracia” e defende que filhos de bilionários tenham recursos suficientes para fazer o que quiserem — mas não para não fazer nada.

Buffett, que enfim admitiu sentir o peso da idade, deixará o comando da Berkshire a partir de 2026, dando lugar a Greg Abel.

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