Finck fará nova proposta neste sábado para tentar evitar greve dos professores em Novo Hamburgo

O prefeito de Novo Hamburgo, Gustavo Finck (PP), soltou comunicado no fim da noite desta sexta-feira (16) dizendo que até o meio da tarde deste sábado (17) espera fazer nova proposta de reajuste salarial e, assim, tentar evitar a greve do magistério marcada para começar nesta segunda-feira (19).

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Prefeito de Novo Hamburgo Gustavo Finck (PP) | abc+



Prefeito de Novo Hamburgo Gustavo Finck (PP)

Foto: Maíra Kiefer/CMNH

Na mensagem, o prefeito diz que a Prefeitura está levantando números do programa de refinanciamento de dívidas, o Refis, e também buscando ajuda de deputados com emendas parlamentares para Novo Hamburgo.

“Fiquei uma hora ao telefone com o deputado Issur tentando achar uma alternativa para evitar qualquer tipo de greve em Novo Hamburgo”, disse Finck, citando também outros deputados aliados, como Luciano Zucco (PL).

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“No sábado ainda vamos nos reunir com as equipes da Secretaria da Fazenda e também com a PGM para tentar uma alternativa para que essa greve não se consolide na segunda-feira para não prejudicar os alunos”, informou. Na mensagem, Finck sinaliza com parcelamento ainda em 2025 da reposição salarial, algo que até esta sexta-feira era impossível, segundo o governo.

Compartilhamento de responsabilidade

Na mensagem desta sexta-feira, Gustavo Finck é claro ao dividir a responsabilidade do reajuste com os deputados e até mesmo com o devedor da Prefeitura, que segundo ele está aderindo ao Refis. “Isso [o reajuste ainda em 2025] só será possível com o apoio dos deputados federais e da nossa comunidade”, informa. O apelo por ajuda externa tem sido comum — e polêmico — no governo hamburguense.

Governo está pressionado

A sinalização de Finck com a possibilidade de reajustar os salários do funcionalismo ainda neste ano evidencia a pressão da comunidade sobre o governo. Algo que já estava ruim para a administração piorou consideravelmente a partir da confirmação da greve do magistério.

Assim que terminou a assembleia da categoria, professores começaram a avisar os pais de alunos em grupos de WhatsApp de que não haverá aula a partir de segunda. A certeza de algo que até então era uma possibilidade acabou elevando a pressão sobre o governo, que não quer assumir — ao menos sozinho — essa conta.

Afora o núcleo que cerca o prefeito — leia-se o procurador Vanir de Matos e a secretária Andrea Schneider Pascoal —, o entendimento de pessoas experientes do primeiro e segundo escalões do governo é de que era possível ter construído uma negociação com o funcionalismo desde abril, mas o gabinete optou por dobrar a aposta.

“A solução que está se buscando agora, em meio a uma crise que só aumenta, poderia ter sido construída com calma no mínimo umas três semanas atrás”, disse ao Grupo Sinos um vereador da base governista na Câmara Municipal que pediu para não ser identificado. Ele avalia que o vídeo divulgado pelo prefeito no meio da semana subindo o tom contra o estado de greve do magistério “foi um erro primário” e “teve efeito contrário”.

Entenda

A greve do magistério municipal foi aprovada no fim da tarde desta sexta-feira, mesmo depois de o governo ter oferecido, na véspera, reposição da inflação e aumento real em 2026 e em 2027.

Para este ano, a promessa era tentar o reajuste a partir da venda de imóveis da Prefeitura, processo que está previsto no decreto de calamidade financeira mas ainda está em fase de levantamento. Em abril a Prefeitura disse que “neste momento” não teria como pagar a reposição da inflação no salário do funcionalismo e, dias depois, confirmou que os salários ficariam congelados neste ano.

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