Quem é Tuta, o sucessor de Marcola no PCC preso na Bolívia

Apontado como o novo chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, foi preso na última sexta-feira (16) em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. A captura foi realizada pela Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen, com apoio da Polícia Federal brasileira, após ele tentar renovar um documento de identidade com nome falso.

No Brasil, Tuta tem duas prisões decretadas e já foi condenado em primeira instância por organização criminosa, com pena de 12 anos e seis meses de prisão. Ele também responde por lavagem de dinheiro. A PF agora aguarda os desdobramentos legais para que ele seja extraditado e cumpra as penas no país.

Entenda, a seguir, tudo o que se sabe sobre o homem apontado como o sucessor de Marcola na maior organização criminosa do Brasil.

Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, apontado como novo chefe do PCC (Foto: Reprodução/PF)

Prisão na Bolívia

Tuta apresentou-se às autoridades como Maycon Gonçalves da Silva, nascido em 1971, em um centro comercial da cidade boliviana. A tentativa de renovar a Cédula de Identidade de Estrangeiro levantou suspeitas, e a consulta ao sistema internacional revelou que ele era procurado pela Interpol. Detido no local, ele permanece sob custódia das autoridades bolivianas, enquanto se aguardam os trâmites legais para uma possível extradição ao Brasil.

Ascensão ao comando do PCC

O nome de Tuta ganhou força dentro da facção após a transferência de Marcola para o sistema penitenciário federal, em 2019. Segundo o Ministério Público de São Paulo, ele foi escolhido por Marcola para liderar o grupo criminoso. À época, o promotor Lincoln Gakiya, que há décadas investiga o PCC, afirmou que Tuta assumiu o comando das operações externas da facção e passou a ser considerado “o novo Marcola”.

Alvo da Operação Sharks

Tuta foi um dos principais alvos da Operação Sharks, deflagrada em 2020. A operação identificou a nova cúpula do PCC, composta por 21 pessoas, e teve como foco desarticular o comando externo da facção. Na ocasião, foram cumpridos mandados de prisão e busca em várias regiões do Estado de São Paulo, resultando em prisões, apreensão de veículos de luxo, armas, explosivos e mais de R$ 100 mil em espécie.

Esquema de lavagem de dinheiro

As investigações revelaram que o PCC movimentava cerca de R$ 100 milhões por ano, principalmente por meio do tráfico de drogas. O grupo usava esquemas de lavagem de dinheiro com a compra de veículos e imóveis, além de transações informais conhecidas como dólar-cabo, principalmente no Paraguai e na Bolívia. Planilhas apreendidas durante a operação detalhavam essas movimentações.

Tentativa de ocultar identidade diplomática

Durante o período em que esteve foragido, Tuta chegou a ser identificado como ocupante de um cargo de adido no consulado de Moçambique em Belo Horizonte, uma estratégia para disfarçar sua identidade. O termo é utilizado para designar agentes diplomáticos fora da carreira oficial, o que levantou suspeitas sobre o uso político do posto.

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