Do pedido ao estado de greve: Entenda como se desenrolou o impasse salarial entre professores e Prefeitura

A tensão entre o Sindicato dos Professores Municipais de Novo Hamburgo (SindProf NH) e a Prefeitura tem se intensificado nas últimas semanas, com diversas assembleias e propostas em discussão — podendo ter um desfecho ainda neste domingo (18), com nova reunião da categoria marcada para as 19 horas.

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Entenda os marcos da disputa que pode levar à paralisação do magistério em Novo Hamburgo a partir desta segunda-feira | abc+



Entenda os marcos da disputa que pode levar à paralisação do magistério em Novo Hamburgo a partir desta segunda-feira

Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

O principal ponto de divergência é a revisão salarial dos servidores, especialmente dos professores, além de outras demandas da categoria, como o pagamento do piso nacional do magistério e a equiparação do vale-alimentação para servidores com cargas horárias de 20 e 40 horas semanais.

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A primeira grande movimentação ocorreu em 23 de abril, quando o SindProf apresentou sua pauta de reivindicações ao Executivo municipal, aguardando uma resposta até o dia 9 de maio. No entanto, no início deste mês, a Prefeitura anunciou que não teria recursos para conceder o reajuste anual em 2025, medida que desencadeou uma série de ações, como a aprovação do estado de greve por parte dos professores e a troca de acusações entre as partes.

Entenda a cronologia da negociação:

23 de abril
Durante reunião com representantes do Executivo, o SindProf apresentou a pauta de reivindicações da categoria. Entre os principais pontos estão o reajuste salarial, o pagamento do piso nacional do magistério e a equiparação do vale-alimentação para servidores com cargas horárias de 20 e 40 horas semanais. Segundo o sindicato, a Prefeitura teria se comprometido a apresentar uma resposta até o dia 9 de maio.

2 de maio
Em resposta a questionamento da reportagem do ABCmais, a Prefeitura de Novo Hamburgo anunciou, na data, que não teria recursos disponíveis para conceder a recomposição salarial anual aos servidores públicos municipais em 2025.

7 de maio
Em assembleia realizada pelo Grêmio Sindicato dos Funcionários Municipais (GSFM), os servidores definiram duas ações que seriam adotadas nos próximos dias. A primeira era o ingresso de um mandado de injunção, em razão da ausência de reposição salarial. A segunda era o encaminhamento de uma proposta à Câmara de Vereadores com as principais demandas da categoria.

13 de maio
Em assembleia, os servidores da Comusa – Serviços de Água e Esgoto de Novo Hamburgo aprovaram, por unanimidade, o estado de greve. Também foi deliberada a formação de uma comissão de trabalhadores, com integrantes já definidos, que teriam como objetivo retomar as negociações com o prefeito Gustavo Finck (PP). A categoria ainda manifestou a pretensão de se reunir com a direção da Comusa para apresentar suas reivindicações. Entre os principais pontos estava a retomada das discussões sobre o dissídio.

No mesmo dia, em assembleia geral, os professores da rede municipal de ensino de Novo Hamburgo aprovaram por unanimidade o estado de greve, com validade até a sexta-feira seguinte, dia 16. A decisão definiu esse prazo para que o Executivo apresentasse uma proposta às demandas da categoria.

Ainda na data, o clima se intensificou após a divulgação de um vídeo do prefeito de Novo Hamburgo, Gustavo Finck (PP), nas redes sociais. Na gravação, o prefeito comentou a decisão do Sindicato dos Professores Municipais (SindProf NH) de decretar estado de greve. Finck mencionou o decreto de calamidade financeira e atribuiu a possível paralisação a “fins políticos”. Ele afirmou ainda que o Município “não vai abonar qualquer tipo de falta na cidade”.

14 de maio
O Sindicato dos Professores Municipais de Novo Hamburgo (SindProf NH) e o diretório municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) divulgaram uma nota de repúdio em resposta ao vídeo publicado pelo prefeito Gustavo Finck (PP). Na nota, o SindProf NH classificou a manifestação do prefeito como um “ataque violento” à categoria.

15 de maio
Na tentativa de amenizar os ânimos e evitar a deflagração da greve do magistério prevista para começar na segunda-feira (19), a Prefeitura de Novo Hamburgo divulgou, no início da noite de quinta-feira (15), uma nota de esclarecimento. No comunicado, publicado às 19h, o Executivo apresentou aos servidores uma proposta de reajuste salarial com aumentos reais a partir de 2026.
Segundo o documento, a proposta previa:
• 2026: Reposição com base no IPCA (índice oficial de inflação) + aumento real de 2,6% na data do dissídio;
• 2027: Reposição pelo IPCA + aumento real de 2,6% na data do dissídio.

A Prefeitura também informou que, caso as medidas previstas no decreto de calamidade financeira — como a venda de imóveis via leilão — apresentem resultados positivos, a proposta poderá ser reavaliada ainda em 2025 para a concessão de reajuste.

16 de maio
Em nova assembleia, os professores da rede municipal de Novo Hamburgo rejeitaram a proposta apresentada pela Prefeitura, que tinha como objetivo evitar o início da greve da categoria. Com a decisão, ficou confirmado o início da paralisação a partir das 7h30 da próxima segunda-feira, dia 19.

16 de maio
No final da noite desta sexta-feira (16), o prefeito Gustavo Finck divulgou um comunicado informando que até o meio da tarde deste sábado (17) espera apresentar uma nova proposta de reajuste salarial, com o objetivo de evitar a greve do magistério.

17 de maio
Após uma reunião no Centro Administrativo, com a presença do Grêmio Sindicato dos Servidores Municipais, da Comusa e de vereadores para discutir a revisão geral anual dos servidores públicos, a Prefeitura de Novo Hamburgo anunciou na noite deste sábado (17) que concederá um reajuste salarial de 5,48% para o funcionalismo em 2025. O reajuste será distribuído ao longo do ano: 2% será pago em julho, outros 2% em setembro, e os 1,48% restantes em dezembro.

18 de maio
A terceira assembleia geral em uma semana do Sindicato dos Professores Municipais de Novo Hamburgo (SindProf NH) será realizada neste domingo, visando decidir se a categoria aceita a proposta apresentada pelo Executivo. A reunião está marcada para discutir os termos do reajuste salarial e outras demandas da classe.

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