Quem é Luís Montenegro, que caiu e levantou para voltar ao poder em Portugal

Luís Montenegro, nascido em 1973 na cidade do Porto, deve voltar ao cargo de primeiro-ministro de Portugal após vencer as eleições legislativas de 18 de maio. Líder da coligação de centro-direita Aliança Democrática (AD), Montenegro caminha para retomar o poder pouco mais de dois meses após ter seu governo derrubado por uma moção de confiança rejeitada pelo Parlamento, o que levou à convocação de novas eleições.

Formado em Direito pela Universidade Católica Portuguesa de Lisboa, com especialização em proteção de dados pessoais, Montenegro é advogado e empresário, além de ter uma longa trajetória como parlamentar. Aos 29 anos, foi eleito deputado pelo Partido Social Democrata (PSD) e tornou-se, entre 2011 e 2015, líder da bancada do partido no Parlamento, durante o governo de Pedro Passos Coelho. Naquele período, foi um dos principais defensores do rigoroso programa de austeridade fiscal imposto pela “troika” — União Europeia, Banco Central Europeu e FMI — em troca de ajuda financeira para conter a crise da dívida.

Montenegro chegou ao cargo de primeiro-ministro em 2024, após a vitória da AD nas eleições daquele ano, sucedendo o socialista António Costa. No entanto, seu primeiro mandato durou apenas um ano. Em fevereiro de 2025, veio à tona a ligação de Montenegro com a empresa Spinumviva, fundada por ele e por sua família antes de assumir a liderança do PSD.

A empresa, especializada em consultoria e negócios imobiliários, permaneceu ativa com sede na residência do primeiro-ministro e utilizando seu número de telefone pessoal como contato. Reportagens revelaram que a Spinumviva recebia pagamentos mensais de 4.500 euros do grupo Solverde, que opera cassinos cujas concessões dependem do governo. A controvérsia foi intensificada pela suspeita de que a empresa teria se beneficiado de alterações legislativas promovidas pelo próprio Executivo.

Montenegro negou qualquer conflito de interesses e classificou as acusações como “abusivas e insultantes”. Mesmo assim, a pressão política aumentou, a oposição exigiu a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito e, diante da resistência do governo, a crise culminou em uma moção de confiança rejeitada em 11 de março. Com isso, o Parlamento foi dissolvido e novas eleições foram convocadas.

Apesar do curto mandato anterior e da crise que provocou sua queda, Montenegro deve conseguir se reeleger, reafirmando sua liderança sobre a direita portuguesa. Fora da política, é torcedor declarado do Futebol Clube do Porto, clube da sua cidade natal. Na juventude, trabalhou como salva-vidas e iniciou sua militância nas juventudes do PSD — onde deu os primeiros passos de uma carreira política que agora ganha novo fôlego.

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