Adolescente de 16 anos morre duas semanas após parto e família acusa negligência de hospital do Vale do Sinos

Uma adolescente de 16 anos morreu 15 dias depois de passar uma cesárea, realizada em 2 de maio deste ano no Hospital Sapiranga, localizado na cidade do Vale do Sinos. Ao perceber complicações do parto, Kauany Ventura de Vargas voltou à casa de saúde em busca de atendimento e chegou a ficar internada por dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu e faleceu na noite do último sábado (17).

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A família da jovem acredita que houve negligência médica.

Kauany Ventura de Vargas, de 16 anos, morreu 15 dias após o parto da filha no Hospital Sapiranga | abc+



Kauany Ventura de Vargas, de 16 anos, morreu 15 dias após o parto da filha no Hospital Sapiranga

Foto: Arquivo pessoal

Parto e complicações

Segundo os familiares, Kauany teria começado a reclamar de dores logo após a cirurgia, mas, mesmo assim, recebeu alta hospitalar no dia 4 de maio, dois dias após dar à luz. Já em casa e ainda com mal-estar, a jovem foi levada de volta ao hospital no dia 7 de maio, quando familiares perceberam que os pontos da barriga dela estavam inflamados.

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No local, ela foi atendida por outro médico, que, após analisar os ferimentos, prescreveu medicamentos para dor e orientou que ela retornasse à instituição dali dois dias, para ser avaliada pelo obstetra que havia feito o parto. Contudo, ao regressar, a adolescente já precisou ficar internada.

Inicialmente, o obstetra de Kauany teria dito aos familiares que não havia com o que se preocupar. Não conformada, a mãe dela, Catieli Ventura, 35, insistiu para que ela passasse pela avaliação de outro profissional, o que aconteceu no dia 11 de maio. 

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O terceiro médico, então, solicitou exames e a levou para a emergência da casa de saúde, onde ela deveria permanecer até a liberação de um leito de UTI. No dia 12, em estado crítico, a jovem passou por uma cirurgia de emergência e teve o útero retirado. Da sala de cirurgia, ela foi para a UTI, onde permaneceu até o último dia 17, quando faleceu.

O que diz a família

Catieli relata que a cirurgiã que realizou o último procedimento na filha disse que o quadro da menina evoluiu por conta de um machucado no útero, que teria causado uma infecção no órgão. Ainda não se sabe, contudo, em que momento o ferimento pode ter acontecido.

A certidão de óbito de Kauany aponta como causas da morte choque séptico, insuficiência respiratória aguda, septicemia abdominal e infecção uterina. O corpo da jovem foi sepultado no domingo (18) no Cemitério Parque Municipal, em Sapiranga.

A bebê nasceu saudável e está sob os cuidados das avós materna e paterna, e do pai, de 19 anos, com quem Kauany mantinha um relacionamento há quatro anos.

O que diz o hospital

Procurado pela reportagem, o Hospital Sapiranga se manifestou por meio de uma nota. No texto, a instituição se solidariza com os familiares de Kauany e afirma que os setores estão “comprometidos em analisar minuciosamente todos os fatos relacionados ao caso”.

O texto ressalta ainda que as apurações estão sendo feitas “junto à família, às equipes médicas e de segurança do paciente, as quais estão empenhadas em avaliar, de forma cuidadosa, toda a trajetória da paciente na instituição, desde o primeiro atendimento prestado”.

“Ressaltamos nosso compromisso com a verdade e transparência das informações, bem como com a saúde, bem-estar e confiança de todos que buscam pelos nossos serviços, seguimos à disposição da família para os esclarecimentos necessários”, finaliza o comunicado.

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