Após polêmica com Xi Jinping, na China, Janja se defende: “Não me calarei”

Após polêmica com Xi Jinping, na China, Janja se defende: “Não me calarei”Redação GPS

A primeira-dama Janja Lula da Silva reagiu às críticas que recebeu após ter rompido o protocolo diplomático durante um jantar oficial com o presidente da China, Xi Jinping, em Pequim, na semana passada. Em discurso nesta segunda-feira (19/5), durante evento do Ministério dos Direitos Humanos em Brasília, Janja afirmou que não irá se calar diante dos perigos que as redes sociais oferecem, especialmente para crianças e adolescentes.

Na ocasião em Pequim, Janja causou constrangimento ao pedir a palavra de forma inesperada para criticar os algoritmos da plataforma TikTok, de origem chinesa, acusando a rede social de favorecer discursos da direita. A atitude, considerada fora do previsto, gerou desconforto entre os presentes e repercutiu negativamente no meio diplomático.

Durante sua fala nesta segunda, a primeira-dama reconheceu que contrariou o protocolo, mas justificou a decisão.

“Não há protocolo que me faça calar se eu tiver a oportunidade de falar sobre isso com qualquer pessoa, do mais alto escalão a qualquer cidadão comum”, afirmou, sob aplausos da plateia.

Ela também ironizou a polêmica.“Fico feliz que aqui eu fui convidada e vou poder falar. O protocolo aqui me deixa falar, né, Macaé?”, disse, dirigindo-se à ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo.

Janja reforçou seu posicionamento sobre a necessidade de regulamentação das plataformas digitais no Brasil. Segundo ela, o ambiente virtual oferece riscos constantes a crianças e adolescentes, como aliciamento, bullying, violência psicológica e exposição a conteúdos nocivos.

“As redes sociais, os jogos online, os grupos de mensagens fazem parte do cotidiano dos nossos filhos. Precisamos garantir que esses espaços sejam seguros”, disse.

Ela citou o caso de uma menina de oito anos que morreu após inalar desodorante em um desafio visto nas redes sociais, como um exemplo do impacto negativo dessas plataformas. “A gente precisa que as mães se unam numa só voz para cobrar o Congresso Nacional. Não podemos aceitar que crianças morram por conta de desafios absurdos como esse.”

A primeira-dama voltou a defender a responsabilização legal das plataformas, ideia que encontra resistência em setores do Congresso, mas tem o apoio do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Minha voz será usada para isso. E foi com esse objetivo que me dirigi ao presidente Xi Jinping. Como mulher, não aceito que me mandem calar. Não me calarei quando for para proteger a vida de nossas crianças”, concluiu.

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