Bolsa desencanta e bate 3º recorde em uma semana. Dólar cai a R$ 5,65

O Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), bateu pela terceira vez um recorde de negociações em menos de uma semana. Nesta segunda-feira (19/5), ele fechou em alta de 0,32%, aos 139.637 pontos, superando a marca de 139.334 pontos, obtida na quinta-feira (15/5). Ao longo do pregão, contudo, o indicador atingiu 140.203 pontos, às 14h37.

Antes disso, na terça-feira (13/5), o Ibovespa também havia quebrado uma marca histórica. Na ocasião, ele alcançou 138.963 pontos, depois de uma alta de 1,74%.

Nesta segunda-feira, o dólar registrou queda de 0,26%, cotado a R$ 5,65. Na sexta-feira (16/5), a moeda americana também recuou frente ao real, caindo 0,19%, cotada a R$ 5,66.

De acordo com especialistas, o bom humor dos mercados de câmbio e de ações no Brasil foi puxado, notadamente, por dois fatores. Foram eles as novas projeções sobre a economia brasileira, divulgadas no Boletim Focus, e declarações dadas pelo presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, em evento do banco Goldman Sachs, em São Paulo, nesta segunda-feira.

Focus e Galípolo

No Focus, os analistas do mercado financeiro ouvidos pelo BC atualizaram a projeção para a inflação de 2025. Ela caiu de 5,65% para 5,57%. A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB), por sua vez, subiu de 1,98% para 2%.

Galípolo, no evento, reiterou o compromisso do Banco Central em levar a inflação para a meta, sem “contemporização”, apesar de eventuais críticas à elevada taxa básica de juros da economia brasileira. “Isso ajudou a manter os juros futuros para baixo e colaborou com o otimismo na Bolsa”, diz Alison Correia, analista e sócio-fundador da Dom Investimentos.

Dólar e real

No caso da queda do dólar em relação ao real, destaca Bruno Shahini, especialista em investimentos da fintech Nomad, ela refletiu uma desvalorização global da moeda americana, depois do rebaixamento da nota de crédito dos EUA, anunciado na sexta-feira (16/5), pela Moody’s. “A cotação passou de Aaa para Aa1, um movimento que, apesar de simbólico e com efeitos práticos limitados, quebra uma tradição observada desde 1919”, diz o analista.

“Em paralelo, existe a possibilidade de estímulos adicionais na China e os sinais de recuperação da atividade econômica no país asiático contribuem para melhorar a percepção sobre ativos emergentes, incluindo o Brasil”, acrescenta Shahini. “A valorização do real pode ganhar tração adicional nas próximas semanas, caso o desfecho das negociações comerciais entre China e EUA mantenham sinais positivos, favorecendo a entrada de recursos em mercados emergentes.”

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