Na abertura, 15ª Reunião Anual da GCF tem encontro de governadores com comitê global de indígenas no AC: ‘nós quem preservamos’


Encontro tem como temática a ‘Nova Economia Florestal: conectando governos, povos e oportunidades’ e reúne líderes de 11 países, mais de 43 estados e províncias e ocorre entre segunda (19) e sexta-feira (23). Secretária extraordinária dos Povos Indígenas do AC: “Povos indígenas mantêm a floresta em pé”
Júnior Andrade/Rede Amazônica Acre
A 15ª Reunião Anual da Força-Tarefa dos Governadores pelo Clima e as Florestas (GCF Task Force) teve início na manhã desta segunda-feira (19), em Rio Branco, com um encontro dos governadores com o Comitê Global de Povos Indígenas e comunidades locais.
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A expectativa é que a conversa leve a estratégias de fortalecimento da participação na implantação das políticas públicas de combate ao desmatamento e soluções que amenizem os impactos de mudanças climáticas baseadas nas riquezas da floresta.
Durante o evento, a capital Rio Branco vai receber líderes de 11 países e mais de 43 estados e províncias. Este ano, o encontro tem como tema: “Nova Economia Florestal: Conectando Governos, Povos e Oportunidades”.
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Durante a reunião que marcou a abertura desta edição, a secretária extraordinária dos Povos Indígenas, Francisca Arara, ressaltou a necessidade de consulta e diálogo com as comunidades locais na elaboração de estratégias para a proteção das florestas e da população que convive com elas.
“Ele [GCF] é misto, ele é governo, sociedade civil, povos indígenas e comunidades locais. A importância é porque nós quem preservamos. Os povos indígenas é quem mantém a floresta em pé, é quem preserva, é quem tem o estoque de carbono, é quem tem freado o desmatamento, as queimadas. Mesmo assim, nós temos sofrido direta e indiretamente esses impactos das mudanças climáticas. E aqui no Acre nós estamos agora nessa discussão de adaptação e enfrentamento”, enfatizou.
Reunião da GCF trouxe líderes de 11 países e mais de 43 estados e províncias a Rio Branco, no Acre
Júnior Andrade/Rede Amazônica Acre
Encontro de oportunidades
Na sexta-feira (16), na Biblioteca Pública, no Centro da capital, o governador Gladson Camelí falou que o evento vai colocar o Acre no centro das atenções globais com o protagonismo no desenvolvimento sustentável.
Já o secretário estadual de Meio Ambiente, Leonardo Carvalho, destacou que o encontro com os representantes indígenas e comunidades locais é essencial para o objetivo do evento, que é a busca por consensos e acordos que levem a estratégias eficazes de preservação e combate aos efeitos da degradação ambiental.
“É muito importante para nós ouvir o ponto de vista das populações indígenas, que são muito vulneráveis à questão das mudanças climáticas. A gente está recebendo diversas lideranças, como do México, da Califórnia, Peru, Colômbia e eles também estão encontrando consensos e prioridades para os próximos anos e projetando quais são as demandas que vão ser eh discutidas também na COP 30, lá em Belém”, avaliou.
Reunião tem como foco a busca por consensos e acordos sobre estratégias de preservação ambiental
Júnior Andrade/Rede Amazônica Acre
Com o início do verão amazônico, período seco em que o Acre costuma conviver com estiagens e queimadas, o secretário ressaltou que eventos com este são uma oportunidade para que o estado também encontre estratégias para encarar períodos críticos, entre secas e enchentes.
Para Carvalho, isso também envolve outras esferas do poder, como governo federal, e a sociedade como um todo.
“É importante priorizar que essas políticas sejam efetivadas em todas as suas de todas as suas formas. O governador Gladson Cameli tem pedido para a gente para que isso não ocorra [queimadas e outras emergências]. Mas, é uma coisa integrada, é uma ação que não é só do estado. Envolve também o governo federal, envolve uma série de atores no território e a gente está muito preocupado com essa situação”, acrescentou.
A secretária Francisca também argumentou que o encontro é o momento para a discussão de matrizes energéticas e todos os setores que envolvem o meio ambiente e, especificamente, as florestas, como turismo e segurança alimentar, mas também da importância de proteger os povos indígenas e incorporar algumas das práticas que já são cultivadas por essa população e que respeitam a Amazônia.
“Essa pauta é muito importante porque é trazer a voz dos povos indígenas e as populações tradicionais para essa pauta global, que a gente faz isso muito bem, essa incidência, nas COPs, a gente tem levado também a pauta para a COP 30, que vai ser agora aqui no Brasil, na nossa casa”, pontuou.
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Colaborou o repórter Júnior Andrade, da Rede Amazônica Acre.
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