Pesquisador diz que Igreja Católica não existiria sem os gays: “Fato”

O pesquisador Brendo Silva fez uma afirmação polêmica no novo livro A Vida Secreta Dos Padres Gays. Segundo ele, a Igreja Católica não existiria sem a presença de homens homossexuais no clero.

“Um clero sem gays descaracterizaria a Igreja Católica. A questão estética, litúrgica, a música, a arte sacra, os estudos, etc. Como ficaria tudo isso sem os padres gays? Existiria Igreja Católica somente com padres heterossexuais? É praticamente impossível imaginar. Os gays mantêm essa Igreja viva“, afirmou.

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Autor de livro sobre padres gays

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Livro de Brendo Silva

Divulgação/Arte Metrópoles

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No livro, o autor conta com depoimentos de 16 homens gays e heterossexuais que passaram por seminários, conventos e casas paroquiais, ou que ainda se encontram nessas instituições. Em maioria, os testemunhos confirmam como a homossexualidade permeia a Igreja e é vivida de diferentes formas, desde reprimida até em franca exposição.

“Sem os gays, a Igreja Católica, como a conhecemos, não existiria. Sei que é uma frase forte, mas é um fato. Sem a presença e a sensibilidade dos gays, não haveria como sustentar toda essa beleza, essa sofisticação litúrgica, essa herança artística que ainda hoje dá forma e continuidade à Igreja ao longo do tempo”, completou.

A relação do autor com a Igreja

Brendo Silva teve vida dentro da Igreja Católica dos 14 aos 21 anos. Chegou ao seminário maior, quando estudava filosofia na Europa.

“Decidi pedir para sair porque não achava honesto levar vida dupla, como quase todos os padres e seminaristas que convivi e conheci morando em vários estados e até fora do país. Vivia numa eterna crise entre discurso e prática. Além disso, se você não ‘entra’ nesse sistema, você pode ser até perseguido. Era uma vida que estava perdendo o sentido para mim. Busquei ser minimamente autêntico saindo dali”, revela.

O autor ainda diz que a publicação é uma forma de fazer justiça com a própria história, além de dar voz a padres e seminaristas gays, a fim de que a igreja os trate com humanidade.

A Igreja precisa ser curada da própria homofobia, do auto ódio. É a instituição que mais pauta a moral da sociedade, mas quando a sociedade vai pautar a sexualidade da Igreja?”, questiona.

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