PF usou base com 45 milhões de pessoas para identificar chefe do PCC

A Polícia Federal (PF) apontou que a coleta de dados biométricos de 45 milhões de pessoas permitiu identificar Marcos Roberto de Almeida, o Tuta — considerado um dos chefes do Primeiro Comando da Capital (PCC) — como um dos criminosos foragidos do Brasil. O líder da facção foi localizado no Paraguai utilizando documentação falsa.

Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Passos, a comparação biométrica permitiu descobrir, de forma imediata, a verdadeira identidade de Tuta, que vivia no país vizinho com um documento aparentemente regular, mas baseado em dados de outra pessoa.

“A nossa base de dados, citando vários exemplos como o 8 de Janeiro, permite, por meio da coleta de diversos fragmentos — não apenas digitais, mas também material biológico — identificar as pessoas. A PF, nas suas investigações, mantém registros de indiciados que integram essa base de 45 milhões. Às vezes encontramos uma digital, mas não temos uma base para fazer o cruzamento. Agora, temos”, explicou Passos.

A PF mantém um banco nacional de dados biométricos, com apoio dos estados e da Interpol, o que possibilita a troca de informações e a captura de criminosos em cooperação internacional.

“Temos um banco de dados onde são armazenadas informações como impressões digitais e fotografias. Através dele, conseguimos fazer conexões entre dados nacionais e internacionais — é exatamente esse o modelo que temos hoje com a PF”, afirmou o secretário-geral da Interpol, Valdecy Urquiza.

Tuta já constava na lista de Difusão Vermelha da Interpol desde 2020, o que também facilitou sua captura. No entanto, segundo Urquiza, a prisão só foi possível graças ao cruzamento entre os dados das corporações, já que ele portava um nome falso ao ser detido na Bolívia.

“O nome dele estava na Difusão Vermelha desde 2020 e, desde então, a Interpol, junto com as polícias dos países, tem atuado em sua captura. Há diversos fatores que podem interferir no momento da operação, mas a cooperação internacional foi fundamental para essa prisão”, finalizou o secretário.

Operação

Tuta foi detido em Santa Cruz de la Sierra ao tentar renovar documentos migratórios com nome falso. De acordo com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, “o governo brasileiro teve uma vitória muito importante em sua luta contra o crime organizado” com a prisão na Bolívia e transferência ao Brasil de um chefão do PCC.

Lewandowski explicou o papel do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no processo de transferência do criminoso, que foi expulso da Bolívia e não extraditado, um processo que seria mais democrático e demorado.

“Foi uma operação extramente complexa, que envolveu ciência ao presidente, de que esse delinquente havia sido preso na Bolívia e Brasil tinha interessa em ele ser trasladado no menor prazo”, seguiu Lewandowski. Segundo o ministro, “como se tratava de preso em outro país, o presidente foi informado e determinou que Itamaraty fosse avisado e envolvido em negociação para trazer esse criminoso”.

“Foi uma operação extramente complexa, que envolveu ciência ao presidente, de que esse delinquente havia sido preso na Bolívia e Brasil tinha interessa em ele ser trasladado no menor prazo”, seguiu Lewandowski. Segundo o ministro, “como se tratava de preso em outro país, o presidente foi informado e determinou que Itamaraty fosse avisado e envolvido em negociação para trazer esse criminoso”.

O ministro Mauro Vieira, então, entrou em contato com a diplomacia boliviana e propôs a solução da expulsão. “Dada a periculosidade do deliquente e a possibilidade real de fuga, optou-se pela expulsão”.

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