Rebaixamento dos EUA reacende interesse por mercados emergentes, diz analista

O rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela Moody’s reacendeu a discussão sobre o fluxo global de capitais e o impacto nos mercados emergentes. Para Matheus Spiess, estrategista da Empiricus, o Brasil pode sair beneficiado, mesmo em meio a ruídos fiscais e políticos domésticos, graças a uma combinação de fatores técnicos e conjunturais.

Rotação regional impulsiona mercados emergentes

Segundo Spiess, desde o início do ano, observa-se um movimento de rotação regional de recursos. Investidores internacionais, que reduziram posições em ativos americanos após altas expressivas nos últimos anos, começaram a buscar alternativas em outras regiões — incluindo Europa, China e, na margem, países emergentes como o Brasil.

“O Brasil entrou no radar por estar com ativos muito descontados, tanto por questões macroeconômicas quanto por um histórico recente de resgates de fundos e fuga para produtos isentos”, explica Spiess.

Mercados emergentes no radar: valuations atrativos atraem estrangeiros

A combinação de valuations atrativos e uma correção intensa no final de 2023 tornou o mercado brasileiro tecnicamente interessante. “Os ativos estavam baratos, e isso casou bem com o momento da rotação setorial e regional, o que atraiu fluxo externo”, afirma o estrategista.

Ele relembra que o ciclo de correção começou na segunda metade de 2021 e que, mesmo com um cenário interno de incertezas fiscais, o apetite por risco pode beneficiar o Brasil.

Crise fiscal americana também pesa na balança

A deterioração fiscal nos Estados Unidos é um processo que se intensificou após a pandemia e voltou à pauta com o rebaixamento recente da nota de crédito. “Isso pressiona a curva de juros americana, o que tende a impactar também os juros de países emergentes. Mas, ao mesmo tempo, reforça a tese de que investidores buscarão oportunidades fora dos EUA”, avalia Spiess.

Brasil pode se destacar na nova fase dos mercados emergentes

O estrategista acredita que estamos diante de uma possível virada de ciclo: “Tivemos uma primeira década do século boa para emergentes, depois uma década ruim. Agora, podemos estar virando a página novamente. E o Brasil, com sua liquidez e peso na carteira de investidores globais, tende a capturar esse fluxo”, projeta.

Apesar dos desafios locais, como o cenário fiscal indefinido, Spiess destaca que o posicionamento técnico do Brasil favorece sua atratividade relativa.

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