Apadrinhamento muda a vida de crianças acolhidas em Cariacica

O amor pode não seguir as regras da matemática, mas, em Cariacica, ele tem mudado realidades ao se multiplicar por meio do Programa de Apadrinhamento Afetivo, referência no Espírito Santo quando o assunto é garantir convivência familiar e comunitária a crianças e adolescentes em situação de acolhimento.

Coordenado pela Secretaria Municipal de Assistência Social, o programa conecta voluntários a meninos e meninas que perderam o vínculo familiar, oferecendo a eles carinho, convivência e, sobretudo, vínculos afetivos verdadeiros.

“Quem participa contribui diretamente com o desenvolvimento de uma criança ou adolescente que precisa de referências familiares. É um compromisso que exige dedicação e amor”, destaca a secretária Danyelle Lirio.

Atualmente, o município conta com 21 padrinhos e madrinhas habilitados nas três modalidades de apadrinhamento: afetivo, provedor e prestador de serviços. Mais do que cumprir exigências formais, cada padrinho deve apresentar um pré-requisito essencial: o afeto.

É o caso do educador social Renan Lima, de 28 anos, e da esposa, a esteticista Emmanuelle Lima, de 25. Pais da pequena Liz, de quatro meses, o casal decidiu participar do programa assim que a filha nasceu e acolheu Pedro*, de cinco anos, como afilhado. A rotina ganhou novas cores com a chegada do menino. “Quem tem amor de sobra não encontra dificuldade. O que damos, recebemos em dobro”, afirmou Renan.

Pedro* participa da rotina da família: brinca, assiste a filmes com pipoca, passeia e recebe orientações sobre comportamento. “Mostramos a ele que existem vivências diferentes. E com a gente ele tem certeza de que é amado”, acrescenta o padrinho.

Outro exemplo vem da professora Alba Regina Gomes Valkenier, de 48 anos. Madrinha do pequeno Marcos*, de nove anos, desde julho de 2024, ela conheceu o menino na escola onde trabalha. “Ele parecia sempre cabisbaixo. Procurei saber mais sobre sua história e decidi participar do programa. Hoje, sei o quanto faço a diferença na vida dele”, conta.

Marcos* já é parte da família e presença esperada nos encontros com os parentes. “Ninguém comemora minha chegada como a dele. Ele é muito amado por todos”, relata Alba. O afilhado, por sua vez, não mede palavras: “Ela ocupa todos os espaços do meu coração”.

Além do apadrinhamento afetivo, o programa também inclui as modalidades provedor – para quem oferece apoio financeiro ou material – e prestador de serviços, voltada a profissionais que contribuem com seu trabalho. A dentista Rayanne Ohnesorge, por exemplo, atende crianças acolhidas gratuitamente em seu consultório. “Não dá para mudar o mundo sozinho, mas se cada um fizer um pouco, já é muito”, afirma.

Objetivos do programa:

  • Garantir convivência familiar a crianças a partir de 7 anos, com remotas chances de reintegração à família de origem;
  • Formar e acompanhar padrinhos e madrinhas;
  • Estimular a construção de vínculos afetivos duradouros;
  • Sensibilizar a sociedade sobre a realidade de crianças acolhidas.

Quem pode participar:

  • Ter ao menos 16 anos de diferença de idade com o afilhado;
  • Residir em Cariacica;
  • Não estar inscrito no cadastro de adoção.

Como se cadastrar:

  1. Baixe a ficha de inscrição clicando aqui;
  2. Envie para o e-mail: [email protected];
  3. Ou entre em contato pelo telefone: (27) 3354-5562.

A lista completa de documentos exigidos pode ser consultada junto ao projeto, incluindo cópias de documentos pessoais, comprovante de renda e certidões negativas.

(*) Os nomes das crianças foram alterados para preservar suas identidades.

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