Plano de reestruturação da Gol é aprovado pela Justiça dos EUA; empresa mira saída do Chapter 11

Oferta de voos para Miami e Orlando ultrapassa 2024, e é a maior da história do terminal brasiliense (Divulgação/Aeroporto de Brasília)

Aérea garante financiamento bilionário, vê ações dispararem e projeta novo fôlego para seguir operando normalmente no Brasil e no exterior

A Gol Linhas Aéreas deu um passo decisivo para deixar a recuperação judicial nos Estados Unidos. Em audiência realizada nesta terça-feira (20), a Justiça de Nova York aprovou o plano de reestruturação da empresa, que atua desde janeiro de 2024 sob o regime do chamado Chapter 11 — equivalente ao processo de recuperação judicial no Brasil.

A expectativa da empresa é encerrar oficialmente o processo em junho. Para isso, a Gol conseguiu apoio da maioria dos credores e anunciou a captação de US$ 1,9 bilhão (aproximadamente R$ 10,8 bilhões), por meio da emissão de instrumentos de dívida. O financiamento será utilizado para quitar um empréstimo emergencial feito durante o Chapter 11, cobrir os custos da operação e reforçar a liquidez da empresa.

A notícia animou o mercado: as ações da Gol (GOLL4) subiam mais de 6% nesta tarde, mesmo com o Ibovespa operando em leve queda. No primeiro trimestre de 2025, a empresa já havia registrado alta de 43,6% no lucro líquido em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo R$ 1,65 bilhão.

Além da reestruturação financeira, o conselho de administração da Gol também aprovou neste mês uma proposta para aumento de capital entre R$ 5,34 bilhões e R$ 19,25 bilhões, uma das maiores operações do tipo já anunciadas no país.

O movimento levanta novamente especulações sobre uma possível fusão com a rival Azul, ainda em negociação. A operação é considerada estratégica para fortalecer o setor aéreo nacional, mas encontra resistência em meio a incertezas sobre a situação financeira da própria Azul. Até agora, a companhia segue como a única grande aérea brasileira que não entrou em processo de recuperação judicial.

Segundo o CEO da Gol, Celso Ferrer, a prioridade é sair do Chapter 11 em uma posição sólida, com foco na continuidade das operações e no fortalecimento da companhia como um todo — independentemente de uma eventual fusão.

A reestruturação bem-sucedida da Gol é uma notícia positiva para o turismo brasileiro, principalmente em um momento de retomada das viagens e ampliação de rotas nacionais e internacionais. A expectativa agora é acompanhar os próximos passos da companhia e o impacto direto na malha aérea e na competitividade do setor.

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