Santander: JPMorgan vê banco subestimado e reitera recomendação de compra para SANB11

Logotipo do banco Santander em ilustração 12/03/2023 REUTERS/Dado Ruvic

Após reunião com a alta administração do Santander Brasil (SANB11) na semana passada, o JPMorgan reiterou a recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para as units SANB11 do banco, com preço-alvo mantido em R$ 31.

Para o JPMorgan, o mercado ainda subestima o potencial de recuperação da rentabilidade da instituição, sobretudo considerando o valuation em torno de 1,3 vez o Preço sobre Valor Patrimonial (P/VPA).

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Segundo o relatório, as discussões giraram em torno da meta do banco de elevar o retorno sobre o patrimônio (ROE) para cerca de 20% no médio prazo, com foco especial na melhora da rentabilidade no varejo de massa – único segmento ainda abaixo das expectativas (embora os novos créditos estejam com desempenho melhor).

Para isso, conforme discutido com a gestão, o banco tem mantido uma postura mais conservadora que os pares na concessão de crédito, priorizando rentabilidade em vez de crescimento da carteira ou ganho de mercado.

Segundo CEO do Santander Brasil, Mario Leão, os principais segmentos (alta renda, PMEs, grandes empresas etc.) já operam acima de 20% de ROE marginal. A exceção é o varejo de massa.

PMEs, grandes empresas e clientes de alta renda com bom desempenho

O segmento de PMEs (pequenas e médias empresas) segue altamente rentável, mesmo com o risco trazido pelos juros elevados. A inadimplência está melhor que o esperado. O banco vê oportunidades em serviços transacionais e captação de depósitos, com baixa alocação de capital e alto retorno.

Entre grandes empresas, apesar de aumento nos pedidos de recuperação judicial, a exposição do banco tem sido menor que sua fatia de mercado. Já na alta renda (Select), o Santander está consolidando a segmentação de clientes, migrando cerca de 2/3 da classe média para o Select. Isso, junto com melhorias em investimentos e atendimento, tem sustentado o crescimento acima da média do mercado.

Varejo de massa

De acordo com JPMorgan, o Santander está reduzindo propositalmente a exposição a clientes informais e de baixa renda sem consignado, por conta da baixa rentabilidade e alto custo.

As ações incluem:
(i) melhora na concessão de crédito e foco em perfis com fluxo de caixa mais estável;
(ii) simplificação do portfólio de produtos;
(iii) cobrança de entrada nos refinanciamentos para aumentar engajamento;
(iv) redução da rede física, acompanhando mudanças no comportamento dos clientes (ex: PIX, bancos digitais).

Apesar dos desafios, o banco segue atendendo o segmento por conta da infraestrutura já existente, produtos rentáveis e objetivos institucionais como inclusão financeira.

Otimização de custos e reestruturação

O Santander tem reduzido sua rede de agências: de 3,8 mil em 2019 para 2,1 mil no 1T25, com potencial para cortes adicionais. Isso gera economia em áreas de suporte como gestão regional e jurídica.

Para o Santander, a digitalização é peça-chave: o banco está migrando de call centers para canais com suporte por IA, com potencial de cortar 50% do volume de chamadas.

“A simplificação de produtos também ajuda – por exemplo, o número de cartões caiu de mais de 300 para cerca de uma dúzia. A meta é crescer abaixo da inflação por vários anos, com ambição de chegar a crescimento nominal próximo de zero”, diz o documento.

O CEO ainda destacou os benefícios de escala em tecnologia e plataformas globais – como o novo app “Santander One”, desenvolvido com apoio do grupo. Embora o banco tenha autonomia local para decisões como footprint e alocação de capital, eventuais discussões em grupo podem ocorrer se o crescimento do crédito no Brasil ultrapassar significativamente outras regiões.

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