“Se ela não fosse dele, não seria mais de ninguém”: Delegado revela ameaça que suspeito teria feito dias antes de matar ex a facadas

O homem de 42 anos suspeito de ter assassinado a ex-companheira a facadas no início da noite de segunda-feira (19) teve a prisão preventiva decretada nesta terça-feira (20) pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS).

Ele foi preso no fim desta manhã após o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) encontrá-lo com ferimentos em uma casa do bairro Campina, em São Leopoldo.

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Decretada prisão preventiva de investigado por feminicídio da companheira em Três Coroas | abc+



Decretada prisão preventiva de investigado por feminicídio da companheira em Três Coroas

Foto: Reprodução/Polícia Civil

No início da noite de segunda (19), por volta das 19h30, o homem conduziu uma motocicleta até a casa de Juliana Tais Mateus, 40, na Rua Rui Barbosa, no Centro de Três Coroas, e desferiu golpes de faca contra ela e a ex-sogra, 68.

O modo como ele adentrou na residência ainda não foi esclarecido pela Polícia Civil, mas o delegado Ivanir Caliari, , responsável pela investigação do caso, afirma que, assim que o agressor chegou no local, subitamente atacou Juliana e a mãe, sem troca de palavras. 

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A ex, com quem manteve um relacionamento por cerca de oito meses, morreu no local e, até a tarde desta terça, a idosa permanecia internada em estado grave no Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC).

O crime foi cometido em frente à filha de Juliana, uma criança de 5 anos. A menina não foi ferida. Ela estava sob os cuidados do Conselho Tutelar do município.

A faca utilizada no assassinato foi encontrada na cena do crime, próxima ao corpo da mulher.

“Se ela não fosse dele, não seria mais de ninguém”

Segundo Caliari, o relacionamento entre agressor e vítima chegou ao fim há uma semana. A mulher teria terminado o namoro após o homem ameaçá-la, no último dia 12.

“Ele ameaçou dizendo que se ela não fosse dele, não seria mais de ninguém. Ameaça ‘padrão’ de violência doméstica, da maioria dos agressores que não aceitam quando a mulher decide terminar a relação”, conta o delegado. 

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Após o episódio, no dia 16 de maio, Juliana solicitou uma medida protetiva de urgência contra ele. O pedido foi deferido pela Justiça no mesmo dia.

A motivação do crime, confirma o delegado, foi o fim do relacionamento e a ordem da mulher para que ele saísse da casa dela. Os dois moravam juntos há alguns meses em Três Coroas.

Investigação

Após ser conduzido ao Hospital Centenário nesta manhã por conta de cortes em um dos braços e no pescoço, decorrente de uma tentativa de tirar a própria vida, ele foi atendido e liberado. Posteriormente, foi levado para a Delegacia de Polícia (DP) de Três Coroas, onde foi interrogado.

Durante o depoimento, o suspeito optou por se manifestar apenas em juízo e não contou detalhes sobre o crime. Na sequência, foi conduzido para um presídio, que não teve o nome ou a cidade informados.

Segundo o TJRS, o homem passou por audiência de custódia ainda nesta tarde e teve a prisão convertida em preventiva.

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Quanto ao número de facadas desferidas pelo suspeito contra as vítimas e os órgãos atingidos, o delegado destaca que espera o laudo da perícia para confirmar. 

Medida protetiva

Mesmo com uma medida protetiva em vigência, o suspeito não estava sendo monitorado. Conforme o TJRS, na ocasião, não houve pedido por parte da Polícia, nem pelo Ministério Público para uso que fosse colocada tornozeleira eletrônica no homem.

O órgão salienta que não havia outro pedido de medida protetiva antes da denúncia de Juliana.

Decisão do TJRS

Na decisão do TJRS pela prisão preventiva do homem, o juiz Cristiano Eduardo Meincke, da Comarca de Três Coroas, afirmou que a medida cautelar tem fundamento na garantia da ordem pública e da instrução processual, considerando a “extrema gravidade” dos fatos.

“No presente caso, a existência do fato e os indícios de autoria encontram suficiente respaldo no registro de ocorrência policial, que está instruído com fotos e vídeos das vítimas, assim como com relatos que apontam o representado como autor dos crimes”, disse o magistrado.

Despedida

O velório e o sepultamento de Juliana ocorreram em Três Coroas, nesta terça. O enterro foi realizado no Cemitério Municipal da cidade do Vale do Paranhana.

Precisa de ajuda?

Se estiver se sentindo deprimido, sem motivação para viver, busque ajuda. O governo do RS reafirma que, para isso, é preciso apenas ir à unidade de saúde mais próxima e conversar com um profissional.

Ainda, o Centro de Valorização da Vida (CVV) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas por dia.

O CVV tem cerca de 3 mil voluntários e atende aproximadamente 8 mil ligações por dia.

  • Telefone do CVV: 188
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