Caravana do Emprego mobiliza centenas de pessoas no estacionamento do Canoas Shopping

A queda na temperatura não desanimou os canoenses e centenas se reuniram, nesta quarta-feira (21), em busca de uma vaga de trabalho, no estacionamento do Canoas Shopping.

A secretária Patrícia Augsten coordenou a ação, na manhã desta quarta-feira (21), em Canoas



A secretária Patrícia Augsten coordenou a ação, na manhã desta quarta-feira (21), em Canoas

Foto: LEANDRO DOMINGOS/GES-ESPECIAL

CLIQUE AQUI PARA FAZER PARTE DA COMUNIDADE DO DIÁRIO DE CANOAS NO WHATSAPP.

A 13ª Caravana do Emprego foi organizada pela Prefeitura de Canoas e reuniu um total de 30 empresas, que disponibilizaram mais de 800 vagas, em diferentes setores, para atuação em Canoas e cidades vizinhas.

Uma iniciativa da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação (SMDEI), a nova Caravana contou com representantes da Amazon, Stok Center, Via Atacadista, Unisuper, Fort Atacadista, Grupo Zaffari, Lojas Renner, etc.

Os candidatos preencheram fichas de inscrição logo na chegada, marcando as vagas de interesse, conforme um formulário entregue pelos atendentes. Depois, era só aguardar o chamado pela recrutadora.

Segundo a secretária Patrícia Augsten, que coordenou a ação nesta quarta-feira, a ideia é aproximar as ações da comunidade, levando as empresas para perto de quem quer se inserir no mercado de trabalho.

“A Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação primeiro faz uma busca ativa junto as empresas das vagas à disposição”, explica. “E depois oportuniza que o trabalhador buscando se recolocar no mercado possa se aproximar da vaga.”

Na avaliação da secretária, este modelo permite que o candidato possa participar de seleções de várias empresas ao mesmo tempo. Tudo dentro do escopo de bagas à disposição, ofertadas pela empresa.

“Dentro deste modelo que montamos, o candidato acaba conhecendo várias empresas no mesmo dia, distribuindo vários currículos e, por tabela, aumenta o leque de oportunidades para garantir uma vaga.”

Dificuldades

Entre os candidatos em busca de emprego, havia uma variedade entre adolescentes em busca de vagas para jovem aprendiz e veteranos em busca de realocação no mercado de trabalho.

A maior parte dos candidatos que apareceu, conforme uma amostra das fichas de cadastro, são moradores do lado oeste da cidade, atingido pelas cheias há um ano e, por isso, tentando se reerguer desde então.

Marcelo Gomes, 57 anos, vive com dificuldade desde que a casa acabou tomada pela água no ano passado. Buscava uma vaga em limpeza ou serviços gerais que pudesse auxiliar nos ganhos em casa.

“Lá em casa só sobraram as paredes”, lamenta. “Desde então, tento me virar aqui e ali, mas está complicado. Porque existe um preconceito muito grande com quem tem mais de 50 anos.”

Melhor sorte teve o metalúrgico Petras Vurdel, 50 anos, que, após sair da empresa em que trabalhava há um ano e dezessete meses, conseguiu novo encaminhamento para retornar à indústria.

“Não dá para ficar muito tempo sem trabalhar”, diz. “A situação está difícil e tudo está muito caro. Parado em casa, a gente só tem despesa. Então o negócio é achar um serviço rápido.”

Barreiras

Embora com um movimento intenso desde as primeiras horas, havia empresas de recrutamento com vagas que não tinham candidatos capacitados para preenchê-las. Isso porque faltava qualificação.

“Temos vagas, mas infelizmente nem todos que estão na fila têm a qualificação para se candidatar”, esclareceu a recrutadora Isadora Garcia. “Vagas de soldador e eletricista, por exemplo, exigem experiência e qualificação.”

Além da falta de qualificação, a disponibilidade também é problema quando o assunto é garantir uma vaga. Especialmente entre os jovens, a resistência é maior para trabalhar aos sábados e domingos.

“Notamos que os candidatos mais jovens preferem não se comprometer com vagas em redes varejistas e supermercados que exigem uma entrega maior, com trabalho aos finais de semana e feriados”, esclarece.

Bianca Nascimento, por exemplo, estava atrás de uma vaga de estágio para preencher o período da tarde. A jovem com 17 anos, contudo, disse não aceitar serviço aos sábados e nem trabalhar à noite.

“Acho muito perigoso trabalhar de noite”, opina. “E também quero viver um pouquinho, então não vou aceitar agora serviço para ter que acordar às sete horas de sábado e domingo.”

Adicionar aos favoritos o Link permanente.