Coletivo de lojistas se organiza para investir até R$ 1 milhão em compras no Salão do Artesanato

Em alta no mercado, o artesanato brasileiro, com sua potência estética, cultural e econômica, tem atraído cada vez mais os olhares de quem busca consumir com propósito. Exemplo disso é a movimentação esperada para o 19º Salão do Artesanato, que acontece de 21 a 25 de maio, no Pavilhão da Bienal, no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Reunindo artesãos de todos os estados e do Distrito Federal, o evento deve atrair mais de 60 mil visitantes e gerar oportunidades de negócios que superem os R$ 22 milhões movimentados na última edição.

Uma das grandes apostas deste ano é a atuação do Coletivo de Fato, grupo formado por mais de 30 lojistas de diferentes regiões do país, que juntos pretendem investir até R$ 1 milhão em peças autorais para abastecer suas lojas com produtos que carregam história, técnica e identidade regional.

Movimentando a base do setor

Para Lucas Lassen, presidente do coletivo e fundador da Paiol, rede com cinco lojas em São Paulo e uma nova unidade em Brasília, o Salão representa uma valiosa oportunidade: “Mesmo participando de feiras, rodadas de negócios e imersões pelo país inteiro atrás de peças que expressem a cara do Brasil, penso que ter todo mundo reunido num só lugar é algo único — e faz toda a diferença, principalmente na economia com logística, fretes e outros custos que acabam nos possibilitando comprar mais produtos”, revela. 

Lucas também destaca o valor do relacionamento direto com os artesãos. “Essa conexão não só encurta distâncias, mas também aprofunda vínculos. A loja deixa de ser apenas um ponto de venda para se tornar uma parceira contínua do artesão. Isso significa compra recorrente, estabilidade e planejamento para quem vive do fazer manual”, completa. 

São Paulo como plataforma de escala nacional

De acordo com Leda Simone, diretora-executiva da Rome Eventos, organizadora do Salão, realizar o evento em São Paulo representa uma escolha estratégica. Maior centro econômico e cultural do país, a cidade atrai um público altamente diversificado, entre consumidores, lojistas, curadores e investidores. O resultado é visibilidade, vendas e novas oportunidades de negócio para o setor.

“São Paulo é o local onde as ideias ganham escala. Aqui, o artesanato não é apenas admirado — ele é comprado, incorporado a projetos, colocado em vitrines. É onde tradição e mercado se encontram com mais potência,” afirma Leda. “Nossa missão é consolidar o Salão como uma plataforma anual de negócios, visibilidade e desenvolvimento para o setor artesanal, abrindo caminhos tanto para o mercado interno quanto para a exportação.”

Na edição de 2024, apenas os estandes do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), programa ligado ao Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, comercializaram mais de 60 mil peças. No total, foram mais de 100 mil vendas diretas e um volume de negócios superior a R$ 7 milhões. Somente a Rodada de Negócios, que contou com 48 compradores, resultou em R$ 13,8 milhões em negócios futuros estimados para os 12 meses seguintes. Para 2025, a expectativa é dobrar esse impacto, com a presença de cerca de 100 compradores, rodadas virtuais ampliadas e um espaço exclusivo de acolhimento aos lojistas.

O artesanato como economia e identidade

Com cerca de 230 mil artesãos inscritos no PAB, o setor movimenta cerca de R$ 100 bilhões ao ano, respondendo por 3% do PIB nacional. Para Elisabete Bacelar, Diretora de Artesanato do PAB, é essencial fortalecer todas as pontas da cadeia produtiva: “Temos trabalhado para interligar cada elo do setor — do fazer artesanal à comercialização. E tão importante quanto o artesão que cria é o lojista que compra, que investe, que aposta nessas produções. Ele é o motor que faz a roda girar e garante sustentabilidade a milhares de famílias e comunidades.”

Cadeia produtiva ampliada

O impacto do Salão vai além do pavilhão: mais de 30 empresas são contratadas para a realização do evento, e a presença de artesãos de todo o Brasil mobiliza hotéis, bares, restaurantes e transportes, movimentando também o setor de turismo na capital paulista. A estimativa é de geração de cerca de 4 mil empregos diretos e indiretos.

Com o tema “A arte que vem da fibra”, o evento deste ano homenageia a força simbólica e material do fazer artesanal brasileiro, com programação que inclui oficinas, desfiles, rodas de conversa e exposições temáticas — tudo com entrada gratuita.

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