Combate à violência contra mulher é tema de encontros em escolas de Estância Velha

Pré-adolescentes e adolescentes do ensino fundamental de Estância Velha receberam nesta terça-feira (20) a visita de representantes da subseção de Novo Hamburgo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/RS). O encontro foi para tratar sobre a o combate à violência contra as mulheres. A atividade marca o começo do projeto Programa OAB Vai à Escola.

Programa OAB Vai à Escola fez atividade na Emef Walter Jacob Bauermann | abc+



Programa OAB Vai à Escola fez atividade na Emef Walter Jacob Bauermann

Foto: Eduardo Amaral/GES-Especial

Durante o dia, três escolas municipais de ensino fundamental (Emefs) receberam os representantes do programa. Pela manhã, a visita ocorreu nas escolas Fernando Ferrari, no bairro Rincão dos Ilhéus, Walter Jacob Bauermann, localizada no bairro União, e Ervino Arthur Ritter, no Bela Vista. À tarde os encontros se repetiram nas duas primeiras instituições de ensino, encerrando o dia com cerca de 500 estudantes atendidos.

Vice-presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB Novo Hamburgo, Andressa Welter Martins esteve presente na Escola Walter Jacob Bauermann para conversar com os alunos. “A ideia é trazer o que é o abuso contra mulher, quais são os sinais, qual é o ciclo, para que eles (estudantes) entendam e possam tentar fugir disso e ver quando alguém próximo está entrando nesse ciclo para tentar ajudar, começar a abrir a cabeça para que eles comecem a ver pequenos sinais antes que cheguem aos grandes sinais“, explica a advogada sobre o objetivo central desta etapa que foi chamada de OAB Vai à Escola – Combate à Violência contra as Mulheres.

Andressa classifica a ação como mais um passo importante para a construção de uma sociedade que repudie na prática a violência de gênero. “É uma semente, se uma germinar, uma menina perceber que está vivendo em um ciclo de violência e conseguir fugir disso a gente já teve um grande sucesso, se mais de uma será incrível”, projeta. Andressa ainda destaca o impacto que espera também para os homens.

“Se conseguirmos que os meninos entendam que o feminismo não é só para as meninas, mas para que todos tenham direitos iguais, para que os meninos possam chorar, sonhar em ser país, é por isso que o feminismo luta, a igualdade, não a superioridade”.

Data emblemática

O dia 20 de maio não é uma data comum quando se fala no tema da violência de gênero, como lembrou a presidente Comissão de Direito Ambiental da OAB de Novo Hamburgo, Glauce Jacobi. “Hoje é o dia D de combate à violência contra a mulher, então a gente está começando por esse tema, mas o OAB Vai à Escola é um projeto para a OAB ficar próxima à comunidade, então virão outros temas”, projeta.

Em relação à atividade desta terça-feira, Glauce destaca como o encontro com os jovens pode mostrar que a violência começa muito antes de uma agressão física. “Queremos colocar as questões de que muitas coisas que estão tendo hoje, como por exemplo a situação envolvendo a rede social (quando um homem fala) “tira essa foto”, tudo isso também é violência. E para a menina conseguir também entender que talvez ela esteja passando por isso ou conhece alguém que esteja passando e saber que isso também é violência”.

Aprendizado leva tempo

Orientadora educacional dos anos finais do ensino fundamental da Escola Walter Jacob Bauermann, Deise Cristine Kafer diz que a violência contra mulher está presente na rotina de alguns estudantes. Contudo, muitos preferem calar. “Em casa eles presenciam muitas coisas, e é presente no dia a dia deles, mas nem sempre eles trazem para gente. Ficamos sabendo quando a família vem conversar, porque eles (alunos) tentam esconder.”

Como educadora que lida diariamente com pré-adolescentes e adolescentes, Deise relata ter visto uma evolução quando o assunto é violência de gênero. “Aqui na escola isso tem melhorado, quando acontece entre eles há relatos, as meninas principalmente não aceitam mais de cabeça baixa, elas vão atrás do direito delas”.

Segundo a orientadora, mesmo entre os meninos é possível ver sutis mudanças de comportamento. “Alguns meninos procuram a gente para relatar quando eles percebem alguma coisa, aqui na escola vejo um avanço, mas é sempre bom a gente conversar.” Só que ainda assim, existe um caminho a ser percorrido para a conscientização completa.

“Hoje está melhor porque a gente vem numa caminhada falando sobre isso e sempre que a gente tem oportunidade gostamos de trazer. Mas ainda tem algumas questões do futebol que elas gostam de participar e eles não querem e são violentos com elas por elas participarem e serem melhores que eles.”

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