Corsan faz campanha para ampliar número de residências ligadas à rede de esgoto em Canoas e Nova Santa Rita

Água que sai das residências, passa por tratamento e retorna ao meio ambiente. Este é o caminho do esgoto, mas que somente 63% das economias canoenses atendidas pela Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) estão conectadas ao serviço de coleta e tratamento, segundo dados fornecidos na última sexta-feira (16). O percentual está abaixo do objetivo de 90% definido pelo Marco Legal do Saneamento, Lei nº 14.026/2020. 

Para solucionar essas questões, a instituição realiza uma campanha para acelerar esse processo. A iniciativa Te Liga Meu Rio Grande, iniciada no final de abril, planeja investir R$ 15 bilhões até 2033, impactando mais de 6 milhões de pessoas nos 317 municípios atendidos pela Corsan.

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Corsan opera os serviços de água e esgoto em 317 municípios do Rio Grande do Sul



Corsan opera os serviços de água e esgoto em 317 municípios do Rio Grande do Sul

Foto: Divulgação/Ascom-Corsan

As cidades, assim como Canoas, enfrentam dois cenários: falta de encanamento que liga as residências às redes de coleta e tratamento; e falta de conexão das residências às redes já existentes. No município canoense, esse serviço é feito pela Ambiental Metrosul em uma Parceria Público Privada (PPP) com a Corsan.

“Tem que ter uma destinação correta para o cuidado com a saúde e o meio ambiente de todos. As pessoas não têm consciência desse caminho. Ela está na sua residência, usa a descarga e não sabe para onde vai”, frisa a gerente de Relações Institucionais da Corsan da Região Metropolitana, Renata Rohde. 

Na prática, são obras na rede de esgoto e nas estações de tratamento, e ações educativas, presencial e nos meios de comunicação, para conscientizar os moradores.

Desafios 

Um projeto deste magnitude costuma encontrar obstáculos na execução. O tamanho do município, questão climática, mão de obra e resistência na adesão ao serviço são os desafios observados em Canoas, de acordo com a Corsan. “É uma solução definitiva. Uma vez que a cidade cresce, é só se conectar a uma rede que já existe. Precisamos ter apoio da população, de entender que é as obras são temporárias”, afirma a gerente de Relações Instituições. 

“Não tem como fazer isso sem ter transtorno. É um novo serviço, mas que é básico. É saneamento básico. É um benefício e a cidade não pode crescer sem ter isso. Vai ser uma outra realidade em 2033”, completa Renata Rohde.  

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Nova Santa Rita deve ter 35% do esgoto coletado e tratado em até três anos

Já em Nova Santa Rita, o serviço ainda não é prestado. Ou seja, 0% do esgoto produzido pela população é coletado e tratado em rede, de acordo com a Corsan. Outros 10 municípios de cobertura jornalística do Grupo Sinos também registram a mesma porcentagem. 

Mas o cenário deve mudar nos próximos anos, segundo o gerente de Relações Institucionais da Região Sinos, Márcio Galarça. “A partir de 2028, Nova Santa Rita deve passar 0% para 35% do esgoto coletado e tratado. As obras devem começar em 2027. Temos reuniões com a Prefeitura, junto com o empresariado, para tentar antecipar esses investimentos”, afirma. 

As obras incluem a confecção de uma planta da rede de coleta. O projeto passa pelas vias públicas, conecta-se às casas, direcionado à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). Todo o ciclo também prevê o desague do efluente tratado. 

O local de instalação da ETE já está sendo debatido com a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e com a Prefeitura de Nova Santa Rita. “São obras custosas, que demandam estudos”, define Galarça.

Cidade em desenvolvimento

Com 33 anos completados em março, a construção de uma rede de coleta e tratamento de esgoto terá impactos positivos no desenvolvimento do município. Atualmente, são cerca de 33 mil moradores e um crescimento populacional de 8% ao ano. 

“Nova Santa Rita está colada na Região Metropolitana e ainda tem área para se desenvolver. É uma das cidades que mais cresce ano a ano. É muito importante que consiga cumprir esse prazo. Já é uma cidade muito procurada”, comenta Galarça. 

Caminho do esgoto

O esgoto é formado pela água e materiais orgânicos, como urina, produtos de limpeza, resíduos de banho etc. As residências que não estão conectadas à uma rede de coleta e tratamento coletivo, acabam utilizando o sistema de fossa, filtro e sumidouro.

A solução é eficiente se tiver uma boa manutenção. “Mas esses sistemas individuais são dificilmente limpos e bem cuidados. E assim esse esgoto pode ir parar no lençol freático. Em alguns casos, pode ir para a rede pluvial, desaguando em arroios e açudes”, explica a gerente da Região Metropolitana. 

Quando coletado em um sistema coletivo, modelo executado pela Corsan por exemplo, o esgoto passa por canos até as ETEs, responsáveis por retirar os poluentes da água e devolver ao meio ambiente, seguindo parâmetros de qualidade. 

Tarifa de disponibilidade

Prevista na Lei de Saneamento de 2007, a taxa de disponibilidade é aplicada a moradores que não estão conectados à rede de esgoto existente. A cobrança é feita após 120 dias da notificação do domicílio. 

A proposta é estimular a população a busca pela conexão ao serviço. Isso porque o valor da taxa é mais caro do que a cobrança de quem está ligado à rede. 

Como conectar?

Os moradores interessados podem seguir as instruções elencadas no site https://esgototratado.com.br/ligue-seu-imovel/. Outros canais também estão disponíveis, como o App Corsan; WhatsApp no número (51) 97046644; a Unidade de Saneamento no telefone 0800 646 6444.

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