‘Prefiro o Lula’: entenda demissão de Wajngarten do PL a mando de Michelle Bolsonaro

Fábio Wajngarten

Ex-secretário de Comunicação do governo de Jair Bolsonaro e advogado do ex-presidente em diferentes processos, Fabio Wajngarten foi demitido pelo PL nesta terça-feira. Como mostrou a colunista do GLOBO Bela Megale, a medida foi tomada a pedido da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Além de representar o ex-mandatário em várias ações, Wajngarten também permanecia atuando como assessor de imprensa do principal nome do partido comandado por Valdemar Costa Neto.

A insatisfação de Michelle tem origem em conversas interceptadas pela Polícia Federal (PF) e reveladas pelo portal Uol na semana passada. O diálogo entre Wajngarten e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordentes de Bolsonaro, foi captado em 27 de janeiro de 2023.

Na ocasião, Cid recebeu do advogado uma notícia informando que o PL estudava lançar Michelle como candidata à presidência em 2026 caso Bolsonaro se tornasse inelegível. À época, o ex-presidente ainda não havia sido julgado e condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Instigado a comentar o caso, o militar respondeu: “Prefiro o Lula, hahahaha”. Wajngarten concordou: “Idem”.

As menções à ex-primeira-dama continuaram em mensagens trocadas nos dias seguintes por ambos. Ao comentarem sobre o salário que o PL pretendia pagar a Michelle, de R$ 39 mil, Cid envia um áudio avaliando que ela seria “destruída” se decidisse entrar para a política por ter “muita coisa suja”.

“Cara, se dona Michelle tentar entrar pra política, num cargo alto, ela vai ser destruída, porque eu acho que ela tem muita coisa suja… Não suja, mas ela né, a personalidade dela, eles vão usar tudo contra pra acabar com ela. E Valdemar (Costa Neto) fala demais também, aquele negócio dos documentos, dos papéis, tá todo enrolado agora”, argumentou o tenente-coronel.

Em outra mensagem, Wajngarten destaca mais uma reportagem sobre o nome de Michelle na disputa ao Senado, afirmando que havia questionado Bolsonaro se ele tinha dado anuência para essa possibilidade. Para o ex-secretário, a especulação naquele momento acarretaria notícias negativas contra a ex-primeira-dama.

Segundo Wajngarten, o ex-presidente teria lhe telefonado para falar sobre o tema. No entanto, o advogado não detalha para Cid o que foi dito na conversa. O militar volta a afirmar que Michelle teria informações comprometedoras em sua biografia que prejudicariam uma possível candidatura.

A própria Michelle não se manifestou publicamente sobre o conteúdo dos diálogos. Ao Uol, Wajngarten declarou que, quando as conversas ocorreram, “jamais se imaginou a ex-primeira-dama como candidata”.

Na última sexta-feira, Bolsonaro reagiu aos comentários sobre a esposa. Ele aproveitou para ironizar a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, mulher do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e já antecipou que cobraria providências de Valdemar Costa Neto:

“Diferentemente da atual primeira-dama, Michelle botava ordem na casa. Ela é quem botava ordem na casa, e o pessoal não gostava. Mas não justifica essa troca de mensagens, ainda mais em janeiro de 2023, quando eu estava elegível. Um falou besteira, o outro concordou. Vou conversar com o Valdemar sobre isso. Vamos ver o que fazer”, disse Bolsonaro ao Metrópoles.

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