Quanto investir em CDB para receber R$ 10 mil por mês para o resto da vida?

Viver de renda é o sonho de muitos brasileiros – e alcançar esse objetivo por meio de investimentos de renda fixa, como os CDBs, tem se tornado cada vez mais viável com o cenário atual de juros elevados. Mas quanto, exatamente, seria necessário aplicar nesse tipo de produto financeiro para garantir um rendimento mensal de R$ 10 mil até o fim da vida?

A pedido da reportagem, Angelo Belitardo, gestor da Hike Capital, fez simulações considerando um CDB que rende 100% do CDI e tem liquidez diária. Os cálculos descontam a alíquota máxima de Imposto de Renda, de 22,5%, aplicada sobre os rendimentos. As projeções também levam em conta diferentes níveis da taxa Selic.

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Com a Selic a 14,75% ao ano, um CDB atrelado ao principal indexador de renda fixa pagaria 1,15% ao mês. O investidor, portanto, precisaria alocar R$ 1,12 milhão para ter uma renda mensal de cerca de R$ 10 mil por mês, segundo a simulação.

Os juros, no entanto, não são estáticos. Conforme o último boletim Focus do Banco Central, a expectativa do mercado é de que a taxa básica comece no Brasil a cair a partir de 2026: de 14,75% em 2025 para 12,50% no final de 2026 e assim por diante.

Com os juros na casa dos 14,25%, por exemplo, o investidor precisaria alocar R$ 1,16 milhão em CDB para ter os R$ 10 mil todo mês. Na faixa dos 13,50%, teria que investir R$ 1,22 milhão. Já se a Selic voltasse ao patamar dos 12,25% – nível visto no final do ano passado -, o montante necessário seria de R$ 1,34 milhão.

Veja tabela completa abaixo

Investimento Selic Saque mensal
R$ 1,12 milhão 14,75% R$ 10.009,30
R$ 1,16 milhão 14,25% R$ 10.035,92
R$ 1,22 milhão 13,50% R$ 10.030,43
R$ 1,34 milhão 12,50% R$ 10.048,92
R$ 1,48 milhão 11,00% R$ 10.018,58
Fonte: Hike Capital

Riscos de investir em CDB

Embora o CDB seja considerado um investimento conservador, ele não está livre de riscos. O principal é o risco de crédito da instituição emissora: se o banco quebrar, o investidor pode perder parte ou todo o dinheiro aplicado. Existe a proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que cobre até R$ 250 mil por CPF e por instituição, mas esse limite precisa ser respeitado para que a cobertura seja válida.

Leia também: O que é Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e quais investimentos são assegurados?

Há também o risco de liquidez. Nem todos os CDBs permitem resgate antes do vencimento – o que pode ser um problema para quem precisar do dinheiro no meio do caminho. Além disso, dependendo da taxa contratada, o rendimento pode não ser suficiente para superar a inflação no longo prazo, corroendo o poder de compra da renda mensal.

”Por isso, antes de aplicar em um CDB, é fundamental analisar a solidez do banco emissor: quanto menor a nota de crédito da instituição, maior o risco, ainda que os CDBs desses bancos costumem pagar taxas mais altas. Verificar se o investimento está dentro da cobertura do FGC é essencial para mitigar o risco de crédito. Também é importante observar o prazo de vencimento e a possibilidade de resgate antecipado, principalmente se o investidor pode precisar do dinheiro antes do prazo”, disse Belitardo.

Segundo Belitardo, a rentabilidade oferecida deve ser comparada com o CDI atual e com outros produtos de perfil semelhante. Também é importante entender o tipo de CDB contratado – se é prefixado, pós-fixado ou híbrido – e como ele se encaixa na estratégia de diversificação da carteira. ”Por fim, o investidor deve ficar atento à liquidez diária – se disponível – e aos custos indiretos, como a incidência de IR e IOF nos primeiros 30 dias”, falou o gestor.

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