Sindicância denuncia abuso de vereador de Novo Hamburgo em visitas polêmicas a UPAs

O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) publicou na tarde desta quarta-feira (21) o resultado de um relatório detalhado que foi expedido pela Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH).

O documento inocenta médicos das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Centro e Canudos de irregularidades, apontando inadequada a conduta do vereador Joelson de Araújo (Republicanos), que fez visitas consideradas polêmicas nas duas unidades de saúde na madrugada de 21 de janeiro de 2025.

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Na primeira abordagem, na UPA Centro, Araújo saiu aplaudido pelos usuários que aguardavam atendimento | abc+



Na primeira abordagem, na UPA Centro, Araújo saiu aplaudido pelos usuários que aguardavam atendimento

Foto: Reprodução

O episódio gerou grande repercussão no município após o parlamentar entrar em espaços restritos das unidades, sem aviso prévio e sem se identificar formalmente, divulgando o ocorrido em suas redes sociais. Conforme o Simers, ele constrangeu plantonistas que estavam em seu horário legal de descanso.

A sindicância analisou imagens e documentos com detalhes da visita, apurando depoimentos dos colaboradores. O documento informa que, na UPA Centro, após um atendimento “emocionalmente desgastante, o vereador entrou no local, sem autorização, dirigindo-se diretamente à sala de descanso dos médicos”. “Acendeu as luzes do local, acordou os profissionais, acusando-os de estarem dormindo durante o plantão e, em seguida, discursou para os pacientes.”

Já na UPA Canudos, a abordagem foi apenas “formal”. Segundo os relatos, o vereador se apresentou na recepção, mas realizou uma “fiscalização da conduta dos médicos.”

Após parecer jurídico, o Simers apontou falhas institucionais nas visitas de autoridades nas unidades de saúde. Além disso, recomentou a criação de um protocolo formal com definição de limites de acesso.

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Decoro parlamentar

O Simers e o Sindicato dos Médicos de Novo Hamburgo (SinMedNH) encaminharam um ofício à Câmara Municipal na época, solicitando a abertura de um procedimento administrativo para apurar infrações éticas e decoro parlamentar.

Para os sindicatos, a atitude infringe o artigo 16 do Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Novo Hamburgo, que considera transgressão grave o abuso das prerrogativas parlamentares e a falta de respeito aos serviços e servidores públicos municipais. A manifestação oficial da Câmara é aguardada.

A reportagem contatou o vereador para posicionamento, mas não recebeu retorno até a publicação da matéria. O espaço está aberto.

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