Bitcoin supera US$ 111 mil em dia de “jantar cripto” de Trump; mercado vê mais alta

O Bitcoin (BTC) renovou sua máxima histórica na madrugada desta quinta-feira (22), ao alcançar US$ 111.878 durante as negociações asiáticas, segundo dados da CoinGecko. Às 6h45, a criptomoeda recuava levemente, sendo negociada a cerca de US$ 110.400.

A nova marca, atingida horas depois de romper o preço recorde na véspera, foi impulsionada principalmente por investidores institucionais, que seguem aumentando a exposição ao ativo, especialmente por meio de fundos negociados em bolsa (ETFs) e balanços corporativos. “Esse rompimento reflete uma base de investidores mais experiente, o aumento da liquidez global e a maior presença de instituições no mercado”, afirma Rony Szuster, Head de Research do MB. “Isso diferencia o momento atual de outros ralis que vimos no passado”.

Somente em maio, os ETFs à vista nos EUA acumularam US$ 3,6 bilhões em entradas líquidas. “É provável que tenhamos alguma volatilidade nos próximos dias, mas o cenário geral é de sustentação. A tendência é de que esse novo patamar sirva como base para uma valorização mais consistente ao longo do segundo trimestre”, diz Szuster.

O movimento ocorre no dia em que o setor comemora o chamado Pizza Day, que relembra a data da primeira transação de Bitcoin no mundo real que se tem notícia: um programador pagou 10 mil unidades de BTC por duas pizzas – hoje, essas criptomoedas valem mais de R$ 6 bilhões.

Agentes do mercado também observam de perto a aproximação do presidente americano, Donald Trump, com entusiastas do setor, em meio à aprovação de regulações vistas como favoráveis para a indústria, e a ações que escancaram conflitos de interesse em seu governo: ele recebe nesta quinta na Casa Branca um grupo de investidores de sua própria criptomoeda.

Demanda estrutural e cenário macro favorável

A gestora 21Shares projeta que o Bitcoin pode atingir US$ 138.500 até o fim de 2025. A estimativa considera a combinação entre escassez de oferta (com os ETFs consumindo mais que os 450 BTC minerados por dia), retomada da liquidez global e crescimento da adoção institucional.

Nos EUA, o JPMorgan Chase começou a oferecer acesso a BTC a seus clientes, o que foi interpretado como um sinal de legitimação do ativo por parte do sistema financeiro tradicional. “Os fluxos de ETFs por si só estão superando a nova oferta e, se mais estados dos EUA ou fundos soberanos seguirem os primeiros a adotar, tanto o impulso narrativo quanto o capital poderão acelerar”, diz a gestora em relatório.

Sebastián Serrano, CEO e cofundador da plataformas de criptoativos Ripio, enxerga o alvo um pouco mais acima. “Estamos em um ciclo de forte expansão institucional, e acredito que novas máximas históricas estão no radar. É possível que o BTC ultrapasse os US$ 140 mil ainda este ano, com potencial para atingir entre US$ 200 mil e US$ 250 mil até o fim do ciclo atual”, avalia.

Bitcoin como reserva estratégica

O movimento atual também é impulsionado por empresas e governos que veem o Bitcoin como reserva estratégica em um contexto de incerteza fiscal nos EUA. “O rebaixamento da nota de crédito americana pela Moody’s reacendeu o interesse em BTC e ETH como proteção contra riscos fiduciários”, destacou Ryan Lee.

Com fundamentos mais amplos que em ciclos anteriores — baseados em fluxo institucional, escassez de oferta e cenário macro positivo —, o Bitcoin segue em território inexplorado. E, para parte do mercado, a jornada rumo aos US$ 138 mil pode estar apenas começando.

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