Escritora de Novo Hamburgo será homenageada no Rio de Janeiro

A escritora e poetisa Janete Sarquiz, 50 anos, moradora de Novo Hamburgo e uma das fundadoras da Casa do Poeta de Campo Bom, embarcará no próximo mês para o Rio de Janeiro, onde será homenageada durante a Bienal do Livro. Ela vai receber o Prêmio Carioca de Excelência Literária 2025, no dia 14 de junho, em uma cerimônia promovida pela Editora Mágico de Oz, que reconhece personalidades que se destacam no meio literário.

“Eles reconhecem algumas pessoas como ‘personalidades cariocas’, mesmo que não morem lá, mas que de alguma forma contribuam com a cidade. E eu atendo várias pessoas do Rio com minhas poesias. Então, me convidaram para receber esse prêmio”, explicou Janete à reportagem em visita na sede do Grupo Sinos.

“Quando o reconhecimento chega, é muito bom. A cultura no Brasil, infelizmente, não é muito valorizada, então é gratificante quando alguém nota o nosso trabalho”, disse.

Janete desenvolve poesias personalizadas para pessoas físicas e empresas. “Crio para aniversários, casamentos, seja qual for o pedido. A pessoa entra em contato, me dá algumas informações e eu desenvolvo o texto. Também faço poesias para empresas que querem se apresentar de uma forma diferente”, contou.

Reconhecimento em Campo Bom

Recentemente, a hamburguense também foi homenageada e recebeu reconhecimento como membro da Associação Literária de Campo Bom (ALCB), em evento realizado na Câmara de Vereadores do município. A entidade reúne escritores e poetas da cidade e atua em escolas, feiras e eventos culturais. Janete é uma das fundadoras da Casa do Poeta de Campo Bom, espaço criado para valorizar a literatura local.

“Em Novo Hamburgo, participei como colaboradora, mas sempre senti que faltava mais apoio à cultura. Já em Campo Bom, a gente fundou uma casa literária, participei de feiras do livro e várias outras iniciativas. Eles valorizam mais o trabalho literário por lá”, avaliou.

Paixão pelas palavras

A ligação de Janete com a literatura começou ainda na infância. Ela revelou que já nos primeiros anos de vida os pais percebiam que ela teria essa paixão.

“Desde os quatro anos, minha mãe dizia que eu vivia com livros embaixo do braço. Era uma criança criativa, fazia rimas, colocava apelido nos vizinhos, gostava de falar. No colégio, me destacava nas redações”, lembrou.

“Quando estudei no Colégio Wolfram Metzler, com apenas 12 anos, a professora chegou a mandar minhas redações para o Jornal NH. É algo que vem comigo desde pequena”, contou.

Entre 1997 e 2008, escreveu para o espaço de opinião Ponto de Vista nos jornais veiculados pelo Grupo Sinos. “Era uma coluna em que a gente podia comentar assuntos da comunidade. Escrevia semanalmente, e muitos leitores me conheceram por ali. Fazia poesia, prosa poética, textos reflexivos”, disse.

Literatura como missão de vida

Apesar da dedicação à escrita, Janete seguiu também outras trajetórias profissionais. “Sou psicanalista, fiz cursos e graduação. Trabalhei no comércio, mas nunca deixei a literatura de lado. Fiquei viúva jovem, com um filho pequeno, e precisei priorizar outras coisas por um tempo, mas a escrita nunca me abandonou”, afirmou.

Hoje, além da produção poética, mantém envolvimento com entidades literárias de fora do Estado e do País. Ela é membro do Grupo Literarte, uma associação internacional de escritores e artistas. Com décadas dedicadas às palavras, ela segue firme no propósito de transformar emoções em versos com o mesmo ímpeto de sempre.

“A arte tem que vir de dentro, tem que tocar. E quando alguém te diz que um texto teu emocionou, vale mais que qualquer aplauso. Às vezes, vem uma ideia de madrugada, e aí tem que levantar e escrever. A ideia não sossega enquanto não sai do papel. É algo que não te larga. Tu pode até tentar parar, mas a literatura não te abandona”, concluiu.