FSNH admite não ter dinheiro para negociar dívida de R$ 22 milhões com a RGE

A dívida da Fundação de Saúde Pública de Novo Hamburgo (FSNH) com a RGE, concessionária de energia elétrica da região, já supera os R$ 22 milhões. A informação, revelada em reportagem publicada pelo ABCmais no dia 8 de maio, ganhou novos desdobramentos na quarta-feira (21), durante sessão da Câmara de Vereadores.

Dívida da FSNH com a RGE ultrapassa R$ 22 milhões | abc+



Dívida da FSNH com a RGE ultrapassa R$ 22 milhões

Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

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De forma categórica, o diretor administrativo-financeiro da FSNH, Renato Teixeira, confirmou que a fundação não possui condições financeiras para negociar o débito. “Financeiramente, hoje o hospital não tem nenhuma condição, nenhum acordo e nenhum parcelamento”, afirmou Teixeira aos parlamentares.

O diretor foi convidado pela Comissão de Saúde do Legislativo, composta pelos vereadores Joelson de Araújo (Republicanos), Ico Heming (Podemos) e Deza Guerreiro (PP), para apresentar os dados financeiros referentes ao primeiro trimestre da nova gestão.

A declaração ocorreu após questionamento do vereador Enio Brizola (PT), que classificou o débito como “uma das dívidas mais expressivas da fundação” e quis saber se havia avanço nas tratativas com a concessionária.

Vinculada à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a FSNH é responsável pela gestão do Hospital Municipal, das UPAs Centro e Canudos, além de 19 Unidades de Saúde da Família (USFs) e outros serviços de saúde do município.

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Déficit que vem de anos

O problema, porém, não é novo. A dívida já havia sido citada publicamente pelo prefeito Gustavo Finck (PP) durante o evento que marcou os 100 dias da gestão.

Além disso, em junho de 2023, a RGE enviou um ofício às autoridades municipais e estaduais — incluindo o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado (TCE) — classificando a FSNH como “inadimplente contumaz”.

Na ocasião, o débito informado era de R$ 8,77 milhões, referente ao consumo de energia entre 2015 e 2022, além de janeiro de 2023, sem contar juros e encargos. O valor, desde então, disparou, chegando aos atuais R$ 22 milhões.

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Sem acordo à vista

Em nota enviada na época, a RGE informou que “estão em andamento tratativas para a negociação e quitação dos débitos”, mas até o momento não há acordo firmado.

Procurada novamente, a direção da FSNH preferiu não se manifestar e encaminhou os questionamentos à Secretaria Municipal da Saúde (SMS).

A pasta confirmou a existência da dívida, mas evitou detalhar os impactos sobre os serviços e a origem completa do débito.

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Mais pressão no caixa

Durante a apresentação, Teixeira também trouxe um comparativo de desempenho financeiro entre 2023 e 2024, destacando que, apesar da crise financeira, houve crescimento nos atendimentos realizados pela FSNH — tanto nas unidades de urgência, quanto no Programa Assistir, do governo do Estado.

Segundo ele, esse aumento de demanda tem impacto direto nos custos operacionais da FSNH, que atualmente mantém quatro contratos de gestão com déficit mensal de cerca de R$ 4 milhões.

Apesar das dificuldades, Teixeira destacou que houve avanço na gestão: o tempo de espera para os atendimentos foi reduzido.

Novo Hamburgo, reforçou ele, é referência para 23 municípios da região, respondendo por 36% dos atendimentos de média complexidade e 81,1% dos atendimentos de alta complexidade no Vale do Sinos.

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