Médico de clínica é investigado por conceder documentos falsos e caso se soma à “máfia dos atestados” na região

A Polícia Civil confirmou, na tarde desta quinta-feira (22), que instaurou inquérito para apurar os atestados médicos concedidos por um médico em uma clínica, suspeita de irregularidades, em Canoas.

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O delegado Marco Guns aponta que casos envolvendo assinaturas forjadas e carimbos roubados para atestados somam-se



O delegado Marco Guns aponta que casos envolvendo assinaturas forjadas e carimbos roubados para atestados somam-se

Foto: PAULO PIRES/GES

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“Máfia dos atestados falsos”

Conforme a 1ª Delegacia de Polícia (DP) da cidade, um médico é suspeito de forjar atestados. O caso chegou ao conhecimento da Polícia após uma empresa contratar investigadores particulares para denunciar os crimes.

Segundo o delegado Marco Guns, responsável pela 1ª DP de Canoas, o inquérito aberto soma-se a outros já em andamento devido ao que classifica como a “máfia dos atestados falsos” circulando em Canoas.

“Já temos inquéritos abertos para apurar atestados passados indevidamente, porém esta ocorrência sobre a clínica é nova e vamos chamar os responsáveis em breve para serem ouvidos”, explica.

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Atestado de ginecologista apresentado por homens

Conforme o delegado, as ocorrências que chegam ao conhecimento da Polícia na 1ª DP vão abranger desde dispensa por gripe com assinatura falsificada até homens recebendo atestado de ginecologista.

“Logo que cheguei e comecei a despachar ocorrências, acabei surpreso com o número de queixas relativas a atestados médicos”, explica. “Era quase uma por dia aparecendo, somente no Centro, o que é um absurdo.”

Código Penal

Apresentar atestado falso é crime e está previsto no Código Penal. Nos artigos 297 e 298, o Código trata de falsificação ou alteração de documento público e particular, respectivamente.

São dois casos de falsidade material, e a pena é a reclusão de dois a seis anos (no caso de documento público) e de um a cinco anos (documento particular). Em ambos os casos, o infrator também pagará uma multa.

A orientação, segundo Guns, é que, ao surgir a menor suspeita de documento, seja coletado a suposta falsificação e levada até a DP mais próxima para o registro da ocorrência policial.

“Não importa se for um, dois ou dez atestados”, adverte. “É importante recolher os documentos e apresentar na Polícia, porque estamos com inquéritos abertos ouvindo profissionais, médicos e a pessoa que passou o atestado”, informa.

Preso em Canoas

A Polícia Civil não apresenta números, porém garante que a falsificação de atestados médicos explodiu durante a pandemia, quando trabalhadores passaram a simular contágio por Covid-19.

Foi em 2022, entretanto, que um caso chamou a atenção no Estado. Um homem de 31 anos, operário de uma empresa em Canoas, acabou preso em flagrante ao apresentar um falso atestado na empresa em que trabalhava na época.

Conforme divulgado na época, o suspeito confessou que só precisava do dia longe do trabalho, mas acabou se valendo de um documento para apresentar à chefia e justificar a ausência.

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