Nissan Frontier Pro-4X é a versão parruda da família | Avaliação

A Nissan Frontier já integrou o seleto grupo das caminhonetes médias mais potentes do Brasil. Com o passar do tempo, no entanto, acabou superada por modelos como a Chevrolet S10 e, principalmente, pela Ford Ranger — responsável por elevar a régua do segmento e forçar as rivais a correrem atrás do prejuízo. A configuração Pro-4X, com pegada mais aventureira, foi introduzida como novidade na linha 2023 do utilitário.

A Pro-4X, junto com a versão Platinum, compõe o topo da linha e ambas são oferecidas pelo mesmo preço: R$ 315.690. Enquanto a Pro-4X aposta em um visual aventureiro — assim como a Attack —, a Platinum investe em acabamentos cromados que transmitem uma proposta mais sofisticada. A escolha entre as duas dependerá do gosto e do estilo de quem procura a caminhonete da Nissan, que é produzida na Argentina.

Na faixa de preço acima dos R$ 300 mil, a Nissan Frontier Pro-4X enfrenta concorrentes de peso, como a Ford Ranger XLT 3.0 V6 (R$ 308.600), a Chevrolet S10 Z71 (R$ 309.690), a Toyota Hilux SRV (R$ 309.590) e a Volkswagen Amarok Comfortline 3.0 V6 (R$ 313.990). Resta saber se a picape da Nissan ainda entrega os atributos necessários para driblar a concorrência.

Nissan Frontier Pro-4X cinza parada de frente
Nissan Frontier [Auto+ / Rafael Pocci Déa]

A Frontier encontrou seu público no Brasil, onde é produzida desde 2002. Segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), entre janeiro e abril deste ano, foram emplacadas 3.237 unidades da caminhonete da Nissan.

É verdade que o número ainda é inferior ao da Ford Ranger, com 10.343 unidades, e ao da Chevrolet S10, com 8.398 emplacamentos. Ainda assim, a Nissan Frontier superou a Fiat Titano, que registrou 3.159 unidades no mesmo período. Aliás, a picape da Fiat, que oferece três versões, passou recentemente a ser produzida na Argentina e adota o motor 2.2 turbodiesel de 200 cv e 45,9 kgfm — o mesmo do Commander e da Toro.

Nissan Frontier [Auto+ / Rafael Pocci Déa]

Nissan Frontier Pro-4X tem pegada aventureira

O apelo aventureiro da Nissan Frontier Pro-4X se destaca nos detalhes externos em preto e cinza, nos ganchos de reboque, nos logotipos vermelhos da marca na grade do radiador, nas rodas e na tampa da caçamba. A versão ainda conta com bloqueio do diferencial traseiro e rodas de 17 polegadas calçadas com pneus All-Terrain de medidas 255/65 R17, reforçando a proposta off-road da caminhonete.

Assim como nas versões Attack AT 4×4 (R$ 273.290), XE AT 4×4 (R$ 287.290) e Platinum (R$ 315.690), o rack de teto da Frontier Pro-4X contribui para ampliar a versatilidade no transporte de cargas. A caçamba da caminhonete da Nissan oferece capacidade volumétrica de 1.054 litros e suporta até 1.030 kg de carga útil. Além disso, a área de carga mede 1,50 m de comprimento, 1,56 m de largura e 473 mm de altura.

A tampa da caçamba exibe a inscrição Frontier em baixo relevo e é leve o suficiente para ser manuseada com uma só mão. Além disso, a caminhonete da Nissan oferece protetor de caçamba, capota marítima e santantônio tubular, fornecidos pela empresa nacional Keko, do Rio Grande do Sul. Os logotipos alusivos à configuração aparecem na lateral da caçamba.

Além disso, Frontier Pro-4X (uma nomenclatura também empregado nos mercados exteriores) oferece um ângulo de ataque de 31,6º, de saída de 25,7º, assim como uma altura em relação ao solo de 25,2 cm. Tudo isso, permite encarar sem medo valetas e lombadas mais pronunciadas, bem como vencer as adversidades do fora de estrada por conta da tração 4×4 e 4×4 reduzida, além do bloqueio eletrônico do diferencial.

Santantônio Nissan Frontier Pro-4X
Nissan Frontier [Auto+ / Rafael Pocci Déa]

Ao abrir a porta da Nissan Frontier Pro-4X

Se o exterior exibe detalhes que diferenciam a configuração Pro-4X do restante da linha, ao abrir a porta, a cabine também revela pequenos detalhes exclusivos. Entre eles estão os bancos revestidos em couro, com a inscrição Pro-4X nos encostos frontais — sendo o do motorista ajustável eletricamente em oito posições.

Outros equipamentos de conforto e conveniência incluem teto solar, ar-condicionado de duas zonas com saídas para os passageiros traseiros, câmera de ré com sensores de ré, entradas USB-A e USB-C, quadro de instrumentos com tela central de sete polegadas e entrada/partida sem chave.

No entanto, a cabine da Nissan Frontier já começa a mostrar os sinais do tempo. A coluna de direção é regulável apenas em altura, enquanto a Ford Ranger e a Chevrolet S10 oferecem também ajuste de profundidade. Além disso, a função de um toque para subida e descida dos vidros está disponível apenas para o motorista.

Os comandos estão bem posicionados ao alcance das mãos, facilitando a operação. Só que algo que poderia ser melhorado é a qualidade dos plásticos empregados no acabamento. O multimídia possui oito polegadas com Android Auto e Apple CarPlay, além do sistema de áudio composto por seis alto-falantes. Já o seletor giratório de tração oferece os modos 4×2, 4×4 e 4×4 com reduzida.

Com 5,26 m de comprimento, 1,85 m de largura e 1,85 m de altura, o entre-eixos de 3,15 m da caminhonete da Nissan é maior que o da Chevrolet S10 (3,09 m), Toyota Hilux (3,08 m) e Mitsubishi Triton (3,13 m), mas ainda menor que o da Ford Ranger (3,27 m). Esse tamanho resulta em um espaço apenas razoável para as pernas e os joelhos dos passageiros da segunda fileira, embora a inclinação do encosto traseiro contribua no conforto.

Sob o capô

A Nissan Frontier Pro-4X utiliza um motor 2.3 16V biturbo de quatro cilindros em linha, com injeção direta, associado ao câmbio automático de sete marchas. O conjunto entrega 190 cv e 45,9 kgfm de torque já a partir de 1.500 rpm. Para efeito de comparação, a Chevrolet S10 Z71 traz um motor 2.8 turbodiesel com transmissão automática de oito marchas, gerando 207 cv e 52 kgfm a 2.000 rpm.

Essa diferença nos números se reflete na condução. Ou seja, a caminhonete da Nissan não é tão rápida quanto a rival da Chevrolet e também fica atrás da Ford Ranger XLT 3.0 V6, que despeja 250 cv e 61,2 kgfm. Ainda nos números de desempenho, a aceleração de zero a 100 km/h é feita em 11,3 segundos na Frontier, contra 9,4 segundos da S10 Z71 e 9,2 segundos da Ranger XLT.

Nissan Frontier Pro-4X [Auto+ / Rafael Pocci Déa]

Um detalhe interessante da Nissan Frontier Pro-4X é o ronco encorpado do motor em baixas rotações, somado ao bom funcionamento do câmbio automático. As trocas são feitas com suavidade e agilidade, sem hesitar nas reduções, contribuindo na condução. Segundo o Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro, os consumos são de 9,1 km/l na cidade e 11 km/l na estrada. O tanque de combustível é de 73 litros.

Apesar da faixa de operação suave, a Nissan Frontier Pro-4X apresenta mais vibração em marcha lenta quando comparada às rivais da Chevrolet e da Ford. Além disso, a direção hidráulica, embora levemente pesada em baixas velocidades, transmite uma boa sensação de firmeza ao rodar acima dos 80 km/h. Ainda assim, a caminhonete compensa esses pontos com um ajuste refinado de suspensão.

Nissan Frontier Pro-4X [Auto+ / Rafael Pocci Déa]

O conjunto de suspensões adota arquitetura independente com braços sobrepostos na dianteira e eixo rígido com multilink na traseira. Esse arranjo proporciona bom conforto para até cinco ocupantes, além de controlar bem a rolagem da carroceria em curvas rápidas e minimizar os solavancos na traseira ao trafegar com a caçamba vazia – algo comum em caminhonetes médias.

Veredicto

A Frontier Pro-4X seduz pelo visual parrudo, mas a caminhonete da Nissan já começa a dar os sinais dos tempos. A dirigibilidade pode ser menos empolgante comparado aos utilitários médios Chevrolet S10 e Ford Ranger, mas ela agrada pelo comportamento da suspensões e da caixa automática com sete marchas.

Apesar dos confortáveis bancos frontais ajustáveis eletricamente, a central multimídia não é rápida aos toques na tela e fazem falta os assistentes à condução, mas estão disponíveis seis airbags, visão 360º e detecção de objetos em movimento.

Nissan Frontier Pro-4X [Auto+ / Rafael Pocci Déa]

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