Planalto quer ressarcir aposentados antes da CPI do INSS; saiba motivo

O Palácio do Planalto já admite, nos bastidores, que não conseguirá evitar a CPI mista do INSS. Com base nesse diagnóstico, o governo trabalha agora para tentar adiar o início dos trabalhos da comissão.

Segundo fontes palacianas, o governo quer ganhar tempo para conseguir começar a ressarciar os aposentados vítimas dos descontos indevidos antes que a CPI seja instalada no Congresso Nacional.

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Ministros de Lula querem ganhar tempo para ressarcir aposentados

Gleisi tem conversado com parlamentares
Ministro da Casa Civil participa de reuniões sobre o tema
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Palácio do Planalto tem nova estratégia para CPI do INSS

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

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Ministros de Lula querem ganhar tempo para ressarcir aposentados

VINÍCIUS SCHMIDT/METRÓPOLES @vinicius.foto

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Gleisi tem conversado com parlamentares

Gil Ferreira/SRI

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Ministro da Casa Civil participa de reuniões sobre o tema

Reprodução

A avaliação do Planalto é de que o impacto político da CPI para a imagem do governo será menor, caso a gestão petista tenha começado a ressarcir os aposentados do INSS atingidos pelas fraudes.

Integrantes da ala jurídica do governo também defendem que os ressarcimentos ocorram antes da CPI, por temerem que os trabalhos da comissão tragam alguma insegurança jurídica para o processo.

Planalto quer preparar base para CPI do INSS

Além da questão dos ressarcimentos, o governo quer ganhar tempo para preparar sua base para a CPI. O Planalto trabalha para ter um parlamentar aliado na relatoria ou na presidência da comissão.

A ideia é que os parlamentares aliados mostrem que todo o esquema começou antes do atual governo e que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não atuou para combater as fraudes.

Na sexta-feira (16/5), o próprio Lula entrou em campo por causa da CPI. O presidente se reuniu com os ministros Rui Costa (Casa Civil), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Jorge Messias (AGU) para tratar do tema.

A reunião ocorreu no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, e contou ainda com a presença do atual líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).

A coluna apurou que, durante a conversa, os auxiliares do petista o situaram sobre o cenário para a CPI no Congresso, ressaltando que até mesmo parlamentares da base apoiam a comissão.

Planalto mede impacto da crise do INSS

Conforme a coluna noticiou mais cedo, o chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência, Sidônio Palmeira, apresentou a ministros palacianos pesquisas  sobre o impacto da crise do INSS para o governo.

Segundo apurou a coluna, os números dos levantamentos apresentados mostram que a crise já reflete nas pesquisas. Os resultados, porém, estariam dentro da média do esperado.

Com base nos resultados das pesquisas, a avaliação de integrantes do Planalto é de que o governo ainda teria espaço para “trabalhar” e reduzir os impactos do escândalo na imagem de Lula.

Metrópoles revelou escândalo do INSS

O escândalo do INSS, o Instituto Nacional do Seguro Social, foi revelado pelo Metrópoles por meio de em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023.

Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude na filiação de segurados.

As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal. Também provocaram a demissão do presidente do INSS e do então ministro da Previdência, Carlos Lupi.

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