Trump prevê reação do STF e mira esposas com escritórios de advocacia

O governo Donald Trump prevê uma reação de ministros do STF assim que sanções contra Alexandre de Moraes forem aplicadas. E, por conta disso, analisa um próximo passo que pode atingir outros integrantes da Corte e seus respectivos cônjuges. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos mapeou magistrados do Supremo brasileiro casados com mulheres que possuem escritórios de advocacia.

A Casa Branca estuda estender sanções financeiras às esposas desses ministros como forma de reforçar as punições direcionadas a integrantes do STF. Pelo raciocínio do governo Trump, a maior parte da renda familiar dos magistrados viria desses escritórios de advocacia e, portanto, a extensão seria necessária para a efetividade do bloqueio.

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O ministro Alexandre de Moraes, relator do chamado "inquérito dos atos antidemocráticos"

O ministro do STF Dias Toffoli é casado com Roberta Maria Rangel, sócia de uma das maiores bancas advocatícias do país
O ministro Cristiano Zanin assumiu a cadeira no STF e foi substituído pela sua esposa na liderança do escritório Zanin Martins Advogados
Gilmar Mendes é casado com Guiomar Feitosa Mendes, sócia do escritório de Sérgio Bermudes
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Governo Trump discute sanções ao ministro Alexandre de Moraes

Arte sobre foto Anna Moneymaker/Getty Images e Igo Estrela/Metrópoles

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O ministro Alexandre de Moraes, relator do chamado “inquérito dos atos antidemocráticos”

Rosinei Coutinho/STF

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O ministro do STF Dias Toffoli é casado com Roberta Maria Rangel, sócia de uma das maiores bancas advocatícias do país

Rosinei Coutinho/STF

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O ministro Cristiano Zanin assumiu a cadeira no STF e foi substituído pela sua esposa na liderança do escritório Zanin Martins Advogados

Antonio Augusto/STF

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Gilmar Mendes é casado com Guiomar Feitosa Mendes, sócia do escritório de Sérgio Bermudes

KEBEC NOGUEIRA/ METRÓPOLES @kebecfotografo

Atualmente, possuem escritório de advocacia as respectivas esposas dos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Pelas sanções em análise, empresas que tenham negócios nos Estados Unidos e cidadãos norte-americanos ficariam impedidos de contratar os serviços desses escritórios. A medida não afetaria filhos de magistrados, uma vez que os bens não se comunicam.

No Supremo Tribunal Federal, a ala majoritária da Corte tem dito que não mudará sua forma de atuar por conta das sanções em análise pelo governo de Donald Trump.

Nesta quarta-feira (21/5), o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, confirmou haver “grande chance” de o governo Trump punir Alexandre de Moraes com a severa Lei Magnitsky. A informação foi revelada pela coluna em fevereiro deste ano e era tratada sob sigilo pela Casa Branca por questões de política interna.

Inicialmente, Alexandre de Moraes entrou no foco do governo de Donald Trump devido a decisões envolvendo a suspensão de redes sociais e a derrubada de perfis em plataformas. Os Estados Unidos chegaram a emitir uma nota oficial afirmando haver “censura” no Brasil.

Agora, a Casa Branca passou a analisar, na justificativa para sancionar Moraes, a acusação de “perseguição política” a opositores. Ao questionar Marco Rubio no Congresso dos Estados Unidos, o deputado Cory Mills, do partido Republicano, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro seria alvo de “iminente prisão politicamente motivada”. O PT reagiu e saiu em defesa do ministro do STF.

Antes disso, o Congresso dos Estados Unidos já havia avançado em um projeto de lei para sancionar Alexandre de Moraes com a perda do visto.

Governo Trump faz levantamento sobre STF

Quatro escritórios de esposas de ministros do STF estão no mapeamento do governo Donald Trump. Entre eles, está o de Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre, que comanda o escritório Barci de Moraes, onde trabalham os dois filhos do casal.

Também está na lista Guiomar Feitosa Mendes, esposa do ministro Gilmar Mendes. Antes de se tornar sócia do escritório Sérgio Bermudes Advogados em 2010, Guiomar atuou como secretária-geral da Presidência do STF e integrou equipes de assessoria no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Ministério da Justiça.

Roberta Maria Rangel, esposa do ministro Dias Toffoli, é sócia-fundadora da Rangel Advocacia. Segundo o site do escritório, a banca “se consolidou como referência no cenário jurídico brasiliense e nacional, com atuação especial perante os Tribunais Superiores”. Roberta foi procuradora da Câmara Legislativa do Distrito Federal e, desde 2021, tornou-se sócia do escritório Warde Advogados, um dos maiores do país.

Por fim, Valeska Teixeira Zanin Martins, esposa do ministro Cristiano Zanin, assumiu a liderança do escritório Zanin Martins Advogados após a nomeação do marido para o STF. Formada pela PUC-SP, ela atuou na defesa do presidente Lula em processos da Operação Lava Jato. A sede do escritório foi transferida para Brasília em 2024.

Além de ministros do STF e cônjuges, o governo Trump também avalia sancionar mais autoridades brasileiras. Entre elas, juízes auxiliares do Supremo, integrantes da Procuradoria-Geral da República (PGR) e delegados da Polícia Federal.

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