Cidade da região vai ganhar nova estação de meteorologia automática

Desde 2013, Campo Bom conta com uma estação meteorológica automática, sendo pioneira na região como a única cidade a usufruir de uma estrutura moderna e precisa de detalhamento climático. A novidade é que, em breve, o local ficará ainda mais tecnológico. O projeto faz parte de um trabalho de reestruturação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que instalará ao todo 98 estações no Rio Grande do Sul, integrando também o Planejamento Estratégico 2025-2031 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Com essa mudança, Campo Bom passará a contar com uma estrutura sofisticada e exata sobre chuvas, possibilidades de enchentes, geadas e temperaturas.  “A cidade foi contemplada devido a enchente que nos atingiu no ano passado. A vantagem será que contaremos com equipamentos mais modernos”, explica o responsável pela estação desde 1984, Nilson Wolff. A previsão de instalação dos novos equipamentos é para a próxima semana.

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Aposentado pela Prefeitura, Wolff segue como voluntário na estação que continua sendo a única da região. Os equipamentos analógicos, com dados coletados por observadores, transmitidos, sistematizados e totalizados com base na intervenção humana serão transformados em uma estrutura capaz de captar e registrar de forma automática e de hora em hora os detalhes climáticos.

Outras cidades do estado serão contempladas com novas estações de meteorologia automáticas, sendo algumas substituídas ou modernizadas. A medida contempla ainda a reestruturação de instalações do escritório do Inmet do Estado danificadas pela enchente ocorrida em maio de 2024. Cidades como Cachoeirinha, Eldorado do Sul e Esteio, não possuíam estações de meteorologia e em breve terão devido a esse projeto.

Modernização

Os sensores dessas novas estações vão captar instantaneamente as variações atmosféricas, como temperatura e umidade do ar, radiação atmosférica, precipitação, direção e velocidade do vento, e pressão atmosférica. Pela primeira vez, passarão a ser registradas também a temperatura e a umidade do solo. “O Rio Grande do Sul está sendo o primeiro estado a contar com todas as estações com este perfil”, explica o superintendente do Mapa no Rio Grande do Sul, José Cleber Souza, que afirma que essa é uma evolução tecnológica que permitirá ampliar os dados coletados pela rede de estações e viabilizará uma maior cobertura dos fenômenos meteorológicos no estado.

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O estado conta hoje com 55 estações convencionais e automáticas e, até o fim de 2025, serão 98, todas automáticas. A atualização e ampliação dos equipamentos, assim como as alterações na gestão do Inmet, fazem parte do planejamento estratégico da instituição, elaborado pelo Mapa, e foram viabilizadas por meio de crédito extraordinário de R$ 25 milhões do Governo Federal.

Renovação

A primeira providência em Campo Bom, foi a limpeza da área da estação, realizada pela Secretaria de Obras. A roçada foi necessária já que a vegetação estava sufocando o local. Isso foi necessário para bom funcionamento e condições de registro correto das temperaturas. A base do novo pluviômetro/radiômetro já foi feita por técnicos do Inmet.

Medição

A estação meteorológica de Campo Bom registrou na primeira quinzena de maio apenas 31.6 milímetros de precipitação. Enquanto que, no ano passado, no mesmo período, o total atingiu incríveis 391.8 mm. Ou seja, 286,6% acima da média histórica do mês que é de 136.7 mm. O total do mês em 2024 fechou com 546.2 mm, conforme Wolff, “surreal e em consequência a maior enchente da história do Vale dos Sinos em consequências trágicas e imensuráveis”, define. A precisão desses dados só foi possível de obter graças a estação meteorológica instalada na cidade.

A estação campo-bonense fica no Centro Municipal de Educação Ambiental Nestor Weiler (Cemea). O local já possui 40 anos de funcionamento, mas passou a ser automatizada em 2013. Desde 1º de setembro de 1984 que são registrados os dados oficiais sobre o comportamento do clima.