Haddad diz que recuo no IOF buscou evitar leitura de freio a investimentos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (23) que a decisão de revisar parte da medida que elevava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) foi tomada para evitar interpretações equivocadas que sugerissem uma inibição a investimentos no país.

Em entrevista concedida à imprensa em São Paulo, Haddad reforçou que o recuo é pontual e resultado da escuta a agentes de mercado feito para evitar especulações sobre uma inibição de investimentos ou outras mensagens que divergissem do objetivo do governo.

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O ministro não detalhou quais pontos específicos foram alterados, mas sinalizou que o objetivo continua sendo o de manter a atratividade do ambiente de negócios, sem comprometer o equilíbrio fiscal.

A medida inicial, que previa uma elevação no IOF sobre determinadas operações, havia gerado críticas entre investidores e representantes do setor financeiro, que viam o aumento como um possível desestímulo ao fluxo de capital produtivo.

Entenda o anúncio

Na quinta-feira, 22, a equipe econômica anunciou uma série de mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), incluindo a criação de uma alíquota de 3,5% para a aplicação de investimentos de fundos brasileiros no exterior.

Diante da repercussão fortemente negativa entre agentes do mercado financeiro, a Fazenda recuou da proposta ainda na noite de quinta, por meio de uma publicação no X. Com a decisão, permanece em vigor a alíquota zero.

A pasta também voltou atrás em mudanças que haviam sido anunciadas nas remessas destinadas a investimentos por pessoas físicas. Nesse caso, também será mantida a alíquota atual, de 1 1%.

Pessoas com conhecimento do assunto disseram ao Estadão/Broadcast que o recuo no IOF tem impacto de menos de 10% no total da arrecadação prevista com as alterações no tributo, de R$ 20,5 bilhões este ano e R$ 41 bilhões em 2026.

A reportagem também apurou que o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, foi consultado nesta quinta pelo Palácio do Planalto sobre as medidas anunciadas, antes de o governo cravar a posição de recuar nas alterações do IOF.

Segundo fontes, a avaliação de Galípolo foi “decisiva” para o governo mudar de ideia sobre a tributação. Na noite de quinta-feira, uma reunião de emergência ocorreu para discutir o tema. Haddad não participou, porque já estava em São Paulo.

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