Onça capturada após morte de caseiro ‘perdeu medo de humanos’ e viverá em cativeiro, diz veterinário


Saiba como animal capturado no Pantanal foi transferido para Amparo, na região de Campinas. Conheça instituto de Amparo que tem espaço dedicado à proteção animal na região
A onça-pintada que foi capturada após a morte de um caseiro de 60 anos em Aquidauana (MS), no fim de abril, passará o resto da vida em cativeiro porque perdeu o medo de humanos, explicou o veterinário do Instituto Ampara Animal, de Amparo (SP).
A unidade de conservação recebeu o animal há uma semana.
“Embora tenha sido atípico, a gente não faça parte da cadeia alimentar da onça-pintada, ele é um individuo que não tem medo, não tem mais aquele respeito de chegar [uma pessoa] e ele sair”, diz o médico-veterinário Jorge Salomão.
O macho, que tem entre 8 e 9 anos, passa o dia todo na nova toca, já que está em fase de adaptação no novo recinto em Amparo.
“Por segurança também das pessoas da região em si, foi decidido, pelos órgãos competentes, retirá-lo da vida livre e manter em cativeiro,” detalhou o veterinário, que é especialista em grandes felinos.
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Onça-pintada que atacou homem no Pantanal é transferida para mantenedora em Amparo (SP)
Acervo Instituto Ampara Animal
O animal que chegou ao instituto no interior paulista na quinta-feira (15) e foi incluído no Programa Nacional de Conservação de Onças Pintadas. Desde que foi capturado, ainda no Pantanal sul-mato-grossense, ele já ganhou 13 quilos.
A suspeita é que o animal seja o mesmo que atacou e matou o caseiro Jorge Avalo, de 60 anos.
O felino foi capturado dias após o ataque e estava com desidratação, alterações hepáticas, renais e gastrointestinais, além de estar abaixo do peso considerado normal — deveria pesar em torno de 120kg , mas tinha 94kg.
A onça estava internada no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) de Campo Grande (MS) antes de ser encaminhada para Amparo.
O Instituto Ampara Animal possui outras oito onças, cinco pintadas e três pardas. O local abriga, ainda, animais silvestres que não podem ser soltos por serem vítimas de interferência humana ou por outras razões que os impeça de voltar à natureza.
Onça foi transferida do Cras de Campo Grande para instituto em São Paulo
Governo de MS
Ataque a caseiro
O caseiro Jorge Avalo morreu após ser atacado por uma onça-pintada às margens do rio Miranda, no Pantanal de Aquidauana, em 21 de abril.
O homem trabalhava no local havia 16 anos e já estava acostumado com a presença de onças na região.
A Polícia Militar Ambiental (PMA) encontrou pegadas do felino junto a pedaços do corpo do homem, que trabalhava como caseiro em um pesqueiro.
Outras partes do cadáver foram encontradas em uma toca do felino, em uma área de mata fechada, a cerca de 300 metros de onde a vítima foi atacada.
No corpo da vítima foram encontrados sinais que indicam mordidas e unhas de animal. Laudo necroscópico, elaborado pelo Núcleo Regional de Medicina Legal de Aquidauana, concluiu que o caseiro morreu devido a uma mordida de onça-pintada na cabeça.
Equipes da Polícia Militar Ambiental (PMA) capturaram a onça em 24 de abril, que estava rondando o pesqueiro. As buscas pelo animal foram determinadas pelo governo de Mato Grosso do Sul.
Apesar da captura, não há confirmação de que a onça é a mesma que atacou o caseiro.
Vídeo mostra rastros de perseguição entre onça e caseiro morto em ataque no Pantanal
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