Quatro pacientes morreram em UPAs do DF nas duas últimas semanas

Quatro pacientes morreram em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Distrito Federal nas duas últimas semanas. O caso mais recente foi registrado nessa quinta-feira (22/5), em Planaltina.

A vítima, uma mulher, teria dado entrada na UPA de Planaltina com fortes dores na perna e aguardou por três dias uma ambulância para levá-la de lá para passar por um exame específico. Com a demora no atendimento, ela chegou a ser intubada, mas não resistiu e morreu.

Entenda o caso:

  • O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) informou que a paciente chegou ao local por volta das 10h de quarta (21/5) já em estado grave.
  • Ela foi direcionada para a sala vermelha.
  • Na sequência, o médico clínico solicitou parecer de cirurgia vascular junto ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran).
  • “Por volta das 7h da manhã de quinta, apresentou desconforto respiratório severo. Diante da gravidade, a equipe realizou a intubação“, explicou o Iges-DF.
  • A paciente “sofreu oito paradas cardiorrespiratórias, todas assistidas de forma imediata e intensiva pela equipe multiprofissional”.
  • O óbito foi constatado às 12h59.

Sobradinho

Familiares de outras vítimas também fizeram queixas semelhantes e denunciaram negligência e demora nos atendimentos.

Na segunda-feira (19/5), Flávia Rocha, 38 anos, morreu na UPA de Sobradinho.

Entenda o caso:

  • A paciente teria dado entrada na unidade hospitalar na manhã de domingo (18/5) com fortes dores abdominais.
  • Ela recebeu medicamento e foi liberada.
  • Horas após o atendimento, ela retornou à UPA com o quadro agravado e não resistiu.
  • Neste caso, o Iges-DF informou que a paciente foi atendida na manhã de domingo, por volta das 8h30, e recebeu a medicação indicada e teve exames laboratoriais solicitados para a avaliação clínica.
  • Entretanto, antes do retorno para reavaliação, a paciente deixou a unidade hospitalar por decisão própria, segundo o Iges-DF.
  • Ainda, na noite de domingo, a paciente retornou à unidade em estado geral grave, sendo imediatamente acolhida e encaminhada à sala vermelha.
  • Apesar de todos os esforços da equipe multiprofissional, a paciente evoluiu a óbito na noite de 19 de maio.

Domingo

Aroldo Souza Castro, 44, morreu na madrugada de domingo, após buscar atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sobradinho 2.

O paciente deu entrada na unidade de saúde no sábado (17/5), às 23h08, com sinais vitais estáveis e relato de dormência na perna direita.

Veja imagens do paciente na UPA:

Entenda o caso:

  • Quando o paciente chegou à UPA, uma pessoa gritou que ele estaria tendo um acidente vascular cerebral (AVC), mas o atendimento teria ocorrido rapidamente.
  • Depois de ser medicado, porém, Aroldo passou mal e morreu.
  • Sobre este caso, o Iges-DF informou que ele foi classificado com prioridade amarela – a segunda mais baixa entre quatro classificações – pela equipe de atendimento e foi recebido por um funcionário em menos de 10 minutos.
  • Durante o atendimento, ainda segundo o Iges-DF, o paciente apresentou uma “intercorrência clínica súbita” e foi “imediatamente transferido para a sala vermelha”.
  • Às 23h44, a equipe de saúde iniciou manobras de reanimação cardiopulmonar, mas, apesar dos esforços, o paciente não resistiu e morreu à 0h10 de domingo.
  • O corpo do paciente foi levado pelo Serviço de Verificação de Óbito (SVO), que ficará responsável por obter mais informações sobre a causa da morte.

Gama

Em 14 de maio, um homem de nacionalidade inglesa, de 69 anps, morreu na UPA do Gama. Chamada ao local para ser comunicada do óbito, uma mulher, parente do paciente, passou mal, caiu no chão e precisou de atendimento.

Um clima de revolta e confusão tomou conta da unidade de saúde.

Veja a confusão:

Entenda o caso:

  • A família questionou o tratamento dispensado pelos servidores da UPA ao parente que faleceu no local.
  • Ele deu entrada na UPA na terça-feira (13/5), foi atendido, mas recebeu alta no mesmo dia.
  • No outro dia, porém, continuou reclamando de dores e voltou à unidade de saúde.
  • Internado, acabou falecendo. A causa do óbito não foi divulgada.

De acordo com o Iges-DF, a UPA registrava, naquele momento, superlotação, com todas as salas operando acima da capacidade prevista no plano assistencial.

“Ainda assim, todos os esforços foram feitos para garantir assistência a cada caso”, afirmou.

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