Jovem de Gramado conta sobre preparação e desafios para vencer concurso de 1ª prenda juvenil do RS

Um título inédito foi conquistado pela gramadense Gabriela Krause, de 16 anos. No último final de semana, a jovem venceu a Ciranda Cultural de Prendas do Estado e se tornou a 1ª prenda juvenil do Rio Grande do Sul.

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Gabriela Krause, representando Gramado, é a 1ª prenda juvenil do Rio Grande do Sul



Gabriela Krause, representando Gramado, é a 1ª prenda juvenil do Rio Grande do Sul

Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL

O incentivo ao tradicionalismo gaúcho e ao orgulho ao RS são premissas do evento, que chegou na 54ª edição. Neste ano, os três dias de prova ocorreram em Osório, reunindo representantes das 30 regiões tradicionalistas.

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O feito da jovem é único até então. Na história, é a primeira vez que a região conquista o primeiro lugar. A última representante foi a mãe de Gabriela, Carla Thoen, com a distinção de 3ª prenda adulta, há quase 30 anos.

Legado

O amor pelas raízes e cultura do Rio Grande do Sul está no sangue e é vivenciado todos os dias por Gabriela. O bisavô dela, Lúcio Peregrino Petersen, foi um dos precursores do movimento tradicionalista de Gramado e fundador do CTG Manotaço.

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Apesar da responsabilidade de dar continuidade ao legado da família, ela reforça que esse é o seu próprio sonho. E é por isso que Gabriela se dedica para conquistar esse espaço. Ela conta que a preparação para o concurso começou há cerca de três anos, desde que decidiu concorrer a prenda no concurso interno do CTG gramadense. Depois, garantiu a faixa na 27ª Região Tradicionalista e, agora, do Estado.

Dedicação

Gabriela Krause, representando Gramado, é a 1ª prenda juvenil do Rio Grande do Sul



Gabriela Krause, representando Gramado, é a 1ª prenda juvenil do Rio Grande do Sul

Foto: Mônica Pereira/GES-ESPECIAL

Os concursos são rígidos e definidos a partir de uma série de requisitos, como prova escrita e oral e apresentações artísticas e culturais. Gabriela comenta que, no último mês, chegava a estudar até mais de 11 horas por dia. Para ela, o resultado valeu a pena, pois praticamente gabaritou todas as notas das etapas.

Propósito tradicionalista

Um dos destaques do concurso foi a mostra cultural. O tema de pesquisa da jovem foi a vida e obra dos presidentes do Movimento Tradicionalista Gaúcho nos primeiros 50 anos da entidade. Em uma conexão com a atualidade e com a região, fez referência ao Festival de Cinema de Gramado. Na prova oral, destacou como os CTGs podem atrair mais jovens.

“Os CTG’s precisam ser firmes na essência, no hábito e nos valores, mas é preciso que sejam dinâmicos na forma e se adéquem às novas tecnologias para facilitar a vida tradicionalista”, pondera Gabriela.

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Ao superar aproximadamente 30 concorrentes, a gramadense reforça o sentimento de felicidade pela conquista, ressaltando os momentos de tensão e ansiedade vividos. “Eu cresci nesse meio e sempre tive pessoas que me apoiaram e me ensinaram. Quando eu ingressei no Manotaço e concorri, sabia qual era o meu propósito e o meu sonho, que é falar com amor daquilo que eu amo”, acentua.

Tendo trilhado o mesmo caminho em 1997, a mãe de Gabriela, Carla, de 46 anos, afirma que ver a filha com a faixa é uma emoção indescritível.

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“Conheço as alegrias e percalços dessa caminhada. Ajudei e dei todo o apoio necessário, mas a Gabriela conquistou o espaço dela e não somente por ser minha filha. Foi com a dedicação dela que foi ficando conhecida e aprendendo, indo atrás e se colocando à disposição. Ela se tornou uma líder. Por trás desse título, não há apenas a faixa em um pedaço de couro, veio um ano de muito trabalho social e gratuito”, enfatiza Carla.

Reconhecimento ao trabalho realizado no CTG

Fernando Gusen



Fernando Gusen

Foto: Divulgação

O patrão do CTG Manotaço, Fernando Gusen, alega que a conquista da Gabriela é motivo de muito orgulho e também uma forma de reconhecimento do trabalho feito na entidade de Gramado.

Tendo sido eleito Peão Farroupilha, em 2003, o patrão pondera sobre a importância do incentivo e da presença. É devido a isso que, desde 2021, tem reforçado o trabalho com as invernadas artísticas e, com isso, conseguiu ampliar a participação dos jovens nos concursos internos do CTG, chegando a mais de 20 candidatos. “É uma honra muito grande e de um significado especial, pois a Gabriela trouxe o título de prenda estadual no ano em que o CTG completa 70 anos”, atesta.

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“Queremos as crianças e jovens dentro do CTG, porque essa é a essência e isso que dá vida e sequência para a tradição. Estamos fazendo de tudo para manter esses jovens aqui, ensinando a parte artística, campeira, cultural, histórica e usos e costumes. Esse é o objetivo de qualquer entidade tradicionalista e a gente está aqui para isso”, corrobora.

Chegada em Gramado com festa

Gabriela foi recepcionada pelo prefeito Nestor Tissot e por secretários municipais



Gabriela foi recepcionada pelo prefeito Nestor Tissot e por secretários municipais

Foto: PMG/Divulgação

No domingo, dia 18, Gabriela foi recebida em Gramado com muita festa. Recepcionada por autoridades no pórtico do bairro Várzea Grande, desfilou até o Centro em um caminhão do Corpo de Bombeiros e depois visitou a Festa da Colônia.

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“Estou muito feliz, mas, além da faixa, por toda a evolução que tive. Todos os períodos de desafios, alegria, tristeza. Tudo isso foi importante para a minha evolução como pessoa. E essa faixa só veio porque eu consegui ser quem eu realmente sou ao longo dessa trajetória”, enfatiza Gabriela, ao reconhecer que essa é a mensagem que quer passar para as prendas que estão se inspirando em sua história.

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A partir de agora, com a faixa no peito, tem um ano de intensa programação. “Quero participar do máximo de atividades que eu puder e aproveitar muito este momento, porque só dura um ano”, brinca. Mas se engana quem pensa que ela para por aí. “Quero continuar e trazer o título também de prenda adulta para Gramado”, garante. 

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