Parente do chefe ostenta armas, é traído na facção e acaba sendo capturado no Vale do Sinos

Acusado de tráfico de drogas e três homicídios, um parente de antigo chefe da maior facção do Estado, sediada no Vale do Sinos, acabou sendo descoberto no esconderijo após ostentar armas de grosso calibre no WhatsApp. Um membro da quadrilha teria vazado as imagens à Polícia Federal, que conseguiu mandados de busca e prendeu o hamburguense na manhã da última quinta-feira (23).

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A traição no submundo do crime, que pode desencadear vinganças internas, deu início a uma investigação da PF no mês passado. O inquérito mira uma célula da facção especializada no tráfico de armas. As ordens judiciais da semana passada, mantidas sob sigilo, foram cumpridas em três cidades da região durante operação coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

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Perfil de fuzil

O preso é Tauan dos Santos Melo, 25 anos. A foto dele no WhatsApp é um fuzil calibre 5.56 com um carregador para 30 munições e um outro, estilo “caracol”, que armazena 90 projéteis. Atrás da arma, em um sofá, há uma folha de papel com o escrito “Anonymous R$”. O nome seria a identificação do grupo supostamente liderado por Tauan.

Foto do investigado é um fuzil com o suposto nome da quadrilha  | abc+



Foto do investigado é um fuzil com o suposto nome da quadrilha

Foto: Reprodução

Outros modelos de grosso calibre, conforme a investigação, eram exibidos nos stories do acusado, também no aplicativo do celular. Estava foragido desde 2020, com duas preventivas decretadas e um mandado de prisão por condenação.

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Captura aconteceu no sítio de Jair Cabeludo

A captura aconteceu em um sítio em Capela de Santana, próximo ao limite com Portão. A propriedade seria de Jair de Oliveira, o Jair Cabeludo, 53, apontado como um dos fundadores da facção Os Manos e antigo mercador de armas no universo do narcotráfico. É primo do pai de Tauan.

Jair Cabeludo está preso desde 2020. Morava em uma casa de alto padrão a poucos metros do quartel regional da Brigada Militar, na Avenida Coronel Travassos, em Novo Hamburgo. É acusado de lavar dinheiro do crime organizado em revendas de veículos e até em restaurantes requintados na Serra gaúcha.

Celulares e notebooks foram apreendidos

Telefones celulares e notebooks de Tauan foram apreendidos no sítio. Os agentes não encontraram drogas e armas. A propriedade em Capela de Santana estaria registrada em nome de um laranja. Foram cumpridos ainda mandados em um imóvel situado em bairro não informado de Estância Velha, ligado ao foragido, e na cidade catarinense de Ilhota.

“O homem já havia sido alvo, em 2020, de uma grande operação no Rio Grande do Sul, que teve como foco uma célula estratégica da maior organização criminosa do Estado, ocasião em que mais de dez integrantes do grupo foram presos preventivamente”, diz, em nota, o Ministério da Justiça e Segurança.

Defesa diz que único vínculo é familiar

O advogado André von Berg, responsável pela defesa de Tauan, se manifestou por meio de nota: “A defesa do acusado Tauan dos Santos Melo, tendo em vista a notícia de sua prisão, informa que está adotando todas as medidas legais para resguardar o seu constituinte e que confia que a verdade prevalecerá com a sua absolvição na Justiça! Informa, outrossim, não possuir nenhuma relação com o Sr. Jair de Oliveira a não ser o seu parentesco familiar”.

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