Senado: “Meu lugar é onde todas as mulheres devem estar”, diz Marina

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse nesta terça-feira (27/5) que seu lugar “é onde todas as mulheres devem estar” horas depois de deixar a Comissão de Infraestrutura do Senado por se sentir desrespeitada por um dos senadores. Marina participava do colegiado como convidada para debater unidades de conservação no estado do Amapá.

“O que não pode é alguém achar que porque você é mulher, porque você é preta, porque você vem de uma trajetória de vida humilde, que você vai dizer quem eu sou e ainda dizer que eu devo ficar no meu lugar. O meu lugar é aonde todas as mulheres devem estar”, disse a ministra à jornalistas.

Marina também disse que não poderia aceitar acusações contra o ministério e declarações de que ela teria que se colocar no “lugar dela”.

“Eu não posso aceitar que digressões sejam feitas de forma desrespeitosa com o trabalho do Ministério do Meio Ambiente, com o trabalho que a minha equipe faz de forma técnica, com compromisso ético e muito menos que alguém venha me dizer que eu tenho que me colocar no meu lugar”, declarou a ministra.

Marina disse que seu lugar é a na defesa de projetos que sejam para o desenvolvimento do país, desde que estes respeitem a legislação vigente.

“O meu lugar é o lugar da defesa da democracia, o meu lugar é o é o lugar da defesa do meio ambiente, do combate à desigualdade, do desenvolvimento sustentável, da proteção da biodiversidade, de projetos de infraestrutura necessários ao país, mas com os regulamentos necessários para não destruirmos o nosso meio ambiente, as bases naturais do nosso desenvolvimento”. argumentou.

Presidente da comissão falou para Marina se “colocar no seu lugar”

Mais cedo, o presidente da comissão de Infraestrutura do Senado, Marcos Rogério (PL-RO), disse que a Marina tinha que se colocar “no seu lugar”. A declaração de Marcos Rogério ocorreu durante audiência do colegiado com a ministra, quando Marina e o senador Omar Aziz (PSD-AM) discutiam sobre obras da BR-319.

“Ministra, depois faça uma reunião lá da equipe do governo e faça esse debate. Vamos seguir o debate da reunião”, começou o senador Marcos Rogério.

“Fique tranquilo, é um governo de frente ampla, para enfrentar a ditadura com a qual o senhor não se importou”, afirmou a ministra, apontando o dedo ao presidente da comissão.

Rogério, em seguida, responde: “Essa é a educação da ministra Marina Silva. Ela aponta o dedo. Não vou me intimidar, não”. E a ministra rebate: “O senhor gostaria é que eu fosse uma mulher submissa, eu não sou”.

“Agora sexismo, ministra? Me respeite”, rebateu o senador. “Eu tô lhe respeitando, o senhor é que tem que me tratar com educação”, disse Marina. Marcos Rogério retrucou: “Me respeite, se ponha no seu lugar”.

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