Caged, balanço da Nvidia, ata do Fed e mais destaques desta 4ª

Pessoas olham avisos de vagas de emprego no centro de São Paulo (REUTERS/Amanda Perobelli)

O Brasil terá uma agenda econômica movimentada com a divulgação de importantes indicadores ao longo desta quarta-feira (28). Às 8h, será divulgada a confiança da indústria referente ao mês de maio, seguida, às 14h30, por dados sobre o fluxo cambial semanal, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de abril — que mostra o saldo de empregos formais — e a dívida pública também de abril. Esses números oferecem uma visão ampla sobre o desempenho industrial, a movimentação financeira externa, o mercado de trabalho e o endividamento do governo.

Nos Estados Unidos, o destaque fica para a publicação da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), às 16h, que detalha as discussões recentes sobre a política monetária e pode indicar próximos passos para as taxas de juros. Após o fechamento dos mercados, a Nvidia, considerada a queridinha de inteligência artificial (IA), divulgará seus resultados trimestrais. Segundo consenso de analistas compilado pela Bloomberg, a expectativa é de lucro ajustado por ação (LPA) de US$ 0,88, com receita de US$ 43,3 bilhões.

O que vai mexer com o mercado nesta quarta

Agenda

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia sua agenda às 11h com uma visita à Estação de Bombeamento EBI-3, no Sítio Negreiros, em Salgueiro (PE). Às 12h, participa da cerimônia de assinatura da Ordem de Serviço para a duplicação da capacidade de bombeamento de água da EBI-3, no âmbito do “Caminho das Águas” — Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), na Estação Ferroviária do Forró, também em Salgueiro. Às 14h50, Lula realiza um sobrevoo de helicóptero pelas obras do Ramal do Salgado, em Ipaumirim (CE), durante o deslocamento de Salgueiro (PE) para Cachoeira dos Índios (PB). Já às 16h, o presidente participa da cerimônia de entrega do Marco 1 do Ramal do Apodi.

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, cumpre despachos internos pela manhã, em Brasília. À tarde, das 14h às 17h, participa da segunda sessão da 61ª reunião do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef). Em seguida, das 17h30 às 18h30, tem audiência com Moisés Selerges, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, além de Aroaldo Oliveira da Silva e Wellington Messias Damasceno, com acesso restrito à imprensa.

Brasil

8h – Confiança da indústria (maio)

14h30 – Fluxo cambial (semanal)

14h30 – Caged (abril)

14h30 – Dívida pública (abril)

EUA

16h – Ata do Fomc

17h30 – Estoques de petróleo (semanal)

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INTERNACIONAL

Brincando com fogo

O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que Vladimir Putin está “brincando com fogo”, após intensos ataques russos com mísseis e drones à Ucrânia. Em sua rede Truth Social, Trump disse que evitou “coisas muito ruins” para a Rússia no passado. A declaração ocorre enquanto a Casa Branca avalia impor novas sanções ao Kremlin. No domingo, Trump admitiu considerar punições, mas resiste à pressão de aliados e líderes europeus. Putin, segundo Trump, “está matando muita gente”. O senador Lindsey Graham propôs sanções legislativas e alertou que o Senado pode agir se a escalada continuar.

Visto suspenso

O governo Trump suspendeu o agendamento de novas entrevistas para vistos de estudantes e intercambistas, enquanto planeja ampliar a checagem de redes sociais desses candidatos. O Departamento de Estado afirmou que revisa os processos de triagem e emitirá novas diretrizes em breve. A medida integra a política imigratória mais rígida da administração republicana, que já deportou estudantes e detentores de green card por manifestações pró-Palestina. Casos recentes incluem detenções de alunos por protestos contra a guerra em Gaza. Harvard também teve sua autorização para receber estrangeiros revogada, mas a decisão foi temporariamente barrada por uma juíza.

ECONOMIA

IOF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve se reunir nesta quarta-feira com senadores e banqueiros para discutir o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado na semana passada. A agenda ainda não foi oficialmente confirmada, mas está sendo articulada pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner ( PT-BA).

Gripe aviária

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o foco de gripe aviária em Montenegro (RS) está controlado e o Brasil pode retomar o status de livre da doença em até 22 dias. O país está em período de vazio sanitário, necessário para declarar a erradicação. Segundo ele, a rápida contenção mostra que as barreiras funcionaram. Fávaro também confirmou que trabalhadores da granja não foram infectados e que outros casos suspeitos estão sob investigação.

Imposto de Renda

O Ministério da Fazenda revisou para 11,4 milhões o número de brasileiros que devem ser beneficiados com a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, superando a estimativa anterior de 10 milhões. Com a aprovação da proposta pelo Congresso, o total de isentos poderá chegar a 26,6 milhões. Atualmente, 15 milhões já não pagam IR. A faixa entre R$ 5 mil e R$ 7 mil terá cobrança parcial, impactando 5,1 milhões de pessoas, enquanto 9,1 milhões seguirão pagando IR. A renúncia fiscal total projetada para 2026 é de R$ 25,84 bilhões, segundo a Receita Federal.

Taxação

O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, afirmou que a redução na distribuição de dividendos, prevista na reforma do Imposto de Renda, pode estimular reinvestimentos no país. Ele destacou que apenas 4% a 5% dos sócios seriam afetados pela taxação de 10% sobre dividendos. Segundo Barreirinhas, 99% dos empreendedores do Simples Nacional continuarão isentos.

Setor de turismo

Os gastos de turistas estrangeiros no Brasil atingiram US$ 693 milhões em abril, alta de 11,9% em relação a abril de 2024, totalizando cerca de R$ 3,92 bilhões. De janeiro a abril, o país acumulou US$ 3,1 bilhões em receitas turísticas, crescimento de 15% frente ao ano anterior, com mais de 4 milhões de visitantes no período. O setor aéreo também registrou avanço, com voos internacionais ultrapassando 2 milhões de passageiros pela primeira vez desde 2000, um aumento de 17,2%. O Ministério do Turismo espera que o fluxo continue crescendo, impulsionado por grandes eventos, alta temporada e férias europeias.

POLÍTICA

Sem detalhes

O Ministério da Fazenda não detalhou ao presidente Lula o impacto total do decreto que elevava o IOF sobre investimentos de fundos no exterior, revogado parcialmente após repercussão negativa. A medida visava arrecadar R$ 20,5 bilhões e evitar cortes maiores no orçamento, mas foi elaborada às pressas, sem consulta ampla, o que gerou ruído com o Banco Central. Gabriel Galípolo, presidente do BC, disse não ter sido informado, contrariando a fala do ministro Fernando Haddad. A Casa Civil e o Planejamento também souberam tardiamente. A crise expôs falhas na comunicação e no processo decisório. Lula foi pego de surpresa e o Planalto tenta minimizar os danos políticos.

Derrubada

Frentes Parlamentares ligadas ao setor produtivo manifestaram apoio à derrubada do decreto que elevou o IOF, criticando seus impactos sobre crédito, câmbio e investimentos. Em nota conjunta, 12 frentes alertaram que a medida prejudica o ambiente de negócios, desestimula a internacionalização de empresas e fragiliza a imagem institucional do Brasil, afastando o país da OCDE. Parlamentares também apontaram que o aumento tem caráter arrecadatório, foi imposto sem diálogo e penaliza a produtividade. Defendem uma revisão urgente com foco em simplificação e previsibilidade para a economia.

Impactos

As companhias aéreas Latam, Gol e Azul alertaram o governo que o aumento do IOF pode encarecer as passagens e elevar seus custos em R$ 600 milhões por ano. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) enviou ofício aos ministérios da Fazenda, Casa Civil e Portos e Aeroportos, destacando impactos em leasing, peças e financiamentos. As empresas enfrentam fragilidade financeira e afirmam que a medida favorece concorrentes estrangeiras. O setor aéreo argumenta que a alta contraria ações recentes do governo para apoiá-lo.

Ressarcimento

O presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, afirmou na terça-feira (27) que todos os beneficiários lesados com descontos irregulares serão ressarcidos até o fim de 2025. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o impacto não deve ultrapassar R$ 2 bilhões. Caso o governo arque com os valores, o INSS pretende cobrar as associações envolvidas por meio de ação regressiva. A reunião do CNPS ocorreu sem representantes das entidades investigadas, afastadas preventivamente. Também foi discutida a atuação da Crefisa, alvo de críticas por filas, venda casada e exigência de abertura de contas. O INSS abriu apuração.

Apuração

O ministro Aroldo Cedraz, do TCU, determinou medidas para apurar fraudes no Sindnapi, ligado à Força Sindical e com direção de Frei Chico, irmão de Lula. A investigação aponta descontos indevidos em benefícios do INSS, que teriam sido feitos sem autorização de 76,9% dos aposentados afetados. A receita do sindicato saltou de R$ 23 milhões em 2020 para R$ 154 milhões em 2024. O TCU determinou inspeções no INSS, Dataprev e Ministério da Previdência para rastrear consignações e servidores envolvidos. Todos os acordos para desconto sindical em folha foram suspensos.

Lei Antimáfia

O governo federal deve enviar ao Congresso um projeto de lei para redefinir o combate ao crime organizado no Brasil. A proposta, apelidada de Lei Antimáfia, cria o conceito de “organização criminosa qualificada” — grupos com domínio territorial, controle econômico e influência política. O texto prevê ainda a criação de uma agência nacional para coordenar o enfrentamento a facções como o PCC e o Comando Vermelho. A minuta está sob análise do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e deve ser enviada até junho. Um dos focos será o confisco de bens e contratos ligados ao crime. Especialistas alertam para o risco de banalização do termo máfia.

Marina

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, declarou ter se sentido agredida durante audiência no Senado e chegou a abandonar a sessão. Ela foi convidada para discutir a criação de uma unidade de conservação marinha na Margem Equatorial. O senador Plínio Valério disse que a respeitaria como autoridade, mas não como mulher, comentário que gerou reação. O presidente da comissão afirmou que Marina deveria “se pôr no seu lugar”, o que ela rejeitou veementemente. Marina ressaltou que não aceita ser colocada em lugar algum. Horas depois, Lula ligou para a ministra. Ele disse a Marina que se sentiu melhor após ela decidir se retirar da comissão. O presidente afirmou que a ministra tomou a atitude correta.

Mais verbas para universidades

O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou o repasse de R$ 400 milhões para recomposição orçamentária e regularização dos valores de custeio de janeiro a maio. O montante é superior ao valor cortado na Lei Orçamentária Anual de 2025. Além disso, o governo liberará R$ 300 milhões bloqueados por um decreto que limitava os gastos até a aprovação do orçamento. Santana garantiu que universidades e institutos federais estarão fora de cortes e bloqueios neste ano. O anúncio foi feito junto a outros ministros presentes. Também foi prometido um projeto de lei para garantir sustentabilidade orçamentária às instituições.

Segurança Pública

O Senado aprovou nesta terça-feira (27) a proposta de emenda à Constituição (PEC) que incorpora as guardas municipais e os agentes de trânsito aos órgãos de segurança pública. O texto foi aprovado em primeiro e segundo turnos e vai para votação na Câmara dos Deputados.

(Com Reuters, Estadão e Agência Brasil)

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