Médico acusado de matar a mulher em Canoas tem o primeiro encontro marcado com a Justiça

Está marcado para o dia 30 de junho a primeira audiência do caso do médico André Lorscheitter Baptista, 48 anos, acusado de matar a esposa, a enfermeira Patrícia Rosa dos Santos, 41 anos, em Canoas.

O médico André Lorscheitter Baptista, de 48 anos, foi preso no dia 22 de outubro



O médico André Lorscheitter Baptista, de 48 anos, foi preso no dia 22 de outubro

Foto: POLÍCIA CIVIL/REPRODUÇÃO

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A audiência de instrução ocorrera 14 horas na 1ª Vara Criminal da Comarca de Canoas. Além das testemunhas, também há possibilidade do réu depor no mesmo dia diante da Justiça.

Após a conclusão do inquérito pela Polícia Civil, a denúncia acabou acatada pelo Ministério Público no dia 5 de dezembro. O médico responderá pelos crimes de feminicídio e fraude processual.

Conforme o Tribunal de Justiça, Baptista será julgado com os agravantes da vítima ser mãe de uma criança, discriminação à condição de mulher, emprego de veneno e o uso de recursos da profissão para impedir a defesa da vítima.

Investigação

Foi no dia 8 de novembro que a Polícia Civil divulgou a conclusão do inquérito envolvendo a morte de Patrícia Rosa dos Santos. Houve o indiciamento do marido dela, o médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) André Lorscheitter Baptista, de 48 anos, por dopar até a morte enfermeira de 41 anos. Outras três pessoas foram indiciadas.

Na época, o delegado Arthur Hermes Reguse, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Canoas, estava no aguardo de um laudo pericial, que seria anexado ao processo com o inquérito já em mãos do Ministério Público do Rio Grande do Sul.

O laudo técnico do Instituto-Geral de Perícias (IGP) apontou a presença de sedativos no organismo da vítima. Os medicamentos encontrados no corpo de Patrícia foram o Midazolam e o Zolpidem, ambos que induzem ao sono, sendo este último em até meia hora.

Além disso, foram encontradas lesões nas veias das mãos e nos pés, locais “escondidos” onde o médico teria injetado sedativos para que nenhuma marca fosse identificada de imediato no corpo da mulher.

A Polícia Civil já havia encontrado “remédio para dormir” no sorvete que teria sido ingerido pela vítima na noite anterior à morte por suposta parada cardíaca, registrada no dia 22 de outubro.

“O laudo elaborado pelo Instituto-Geral de Perícias corroborou toda a investigação realizada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, que, desde a suspeita levantada pela família, não mediu esforços para esclarecer as circunstâncias da morte de Patrícia”, destacou a delegada Graziela Zinelli.

Entenda o caso

Na manhã do dia 22 de outubro, a Polícia foi acionada para investigar uma suposta parada cardíaca que havia vitimado Patrícia. A denúncia da irmã serviu de combustível para que a Polícia Civil corresse ao local e chegasse na casa da vítima, instantes antes do corpo ser recolhido.

Patrícia teve o óbito registrado pelo Samu por ataque cardíaco. No entanto, os policiais encontraram na casa indícios que ela havia sido assassinada.

“Para começar, ele tinha estranhamente removido o corpo do sofá para o colchão no quarto”, esclareceu o delegado Arthur Hermes Reguse. “Depois, não conseguia responder coerentemente às perguntas dos policiais. Além disso, achamos uma mochila cheia de medicamentos que ele teve dificuldade em explicar por que tirou da casa.”

O trabalho da perícia e a consequente apuração revelou que o homem vinha dopando a vítima por meio de medicação colocada no sorvete. Com Patrícia dormindo, dosava medicação para induzir o ataque cardíaco.

“Foi tudo premeditado para matar a mulher e escapar impune”, afirma. “Se a irmã não tivesse o lampejo de correr até a polícia, o laudo de ataque cardiorrespiratório seria aceito. Só que ela era uma jovem enfermeira sem nenhum histórico cardíaco.”

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