Colaborações entre marcas e famosos podem ser arriscadas? Entenda

No mundo da moda, é comum que grandes marcas lancem colaborações com artistas e celebridades em diversos tipos de produtos a fim de atrair e fidelizar o público. Contudo, diante de alguns casos polêmicos e demandas específicas do mercado, parece que algumas etiquetas tem pensado duas vezes antes de fechar parcerias com famosos.

Vem entender!

  • Embora tenha sido um sucesso durante muitos anos, a colaboração entre Kanye West e Adidas foi encerrada em 2023 devido aos comentários polêmicos do artista;
  • Bella Hadid foi cortada da campanha com a gigante alemã por se posicionar sobre o conflito armado entre Israel e Palestina;
  • Grace Wales Bonner, por sua vez, é um exemplo de colaboração com estilistas que tiveram boa repercussão e qualidade alinhados.
A imagem mostra o artista Kanye West em frente diversos modelos
As colaborações entre Kanye West e Adidas tiveram início em 2015

Os perigos das colaborações

A primeira razão para as colaborações serem vistas como algo negativo seria o fato de que lidar com personalidades corresponde a assumir um risco. A repercussão de depoimentos e opiniões das celebridades tende a influenciar diretamente na venda dos produtos, o que costuma ser um problema para as empresas — que, por sua vez, saem no prejuízo por terem se vinculado a essas personas.

Um exemplo é o da Adidas, que reportou, em 2023, ter perdido cerca US$ 540 milhões em produtos não vendidos após as polêmicas declarações antissemitas de Kanye West. A marca também precisou cancelar uma campanha com a modelo de descendência palestina, Bella Hadid, diante de seu posicionamento sobre a guerra entre Israel e Palestina, duramente criticado pelos consumidores e imprensa.

Na imagem com cor, foto da modelo Bella Hadid para campanha da Adidas - metrópoles
Bella Hadid é uma das modelos mais prestigiadas no globo

Outro fator seria o reconhecimento das celebridades como proprietárias dos produtos ofertados. No caso da moda, as marcas contratam estilistas para desenvolver as peças, mas alguns consumidores e os próprios designers argumentam que seria mais interessante dar o reconhecimento aos desenvolvedores em vez dos artistas, que, por vezes, somente cedem uma assinatura.

Nos últimos anos, temos visto cada vez mais designers tomando holofotes e sendo reconhecidos como nomes fortes o suficiente para colaborarem com as empresas. A designer britânica Grace Wales Bonner, por exemplo, trouxe para a Adidas um dos maiores sucessos de 2024, recriando o sneaker Samba em animal print.

Dar evidência para estes artistas é uma — se não a melhor — forma de valorizar os criadores e fomentar a indústria para que sejam apresentadas novas propostas na moda. Colaborações diretas com estilistas para produtos além das passarelas possibilitam que os consumidores tenham alternativas para fugir dos padrões genéricos comercializados.

A imagem mostra um par de tênis com estampa de leopardo em um fundo branco.
A parceria entre Adidas e Wales Bonner foi um sucesso de vendas

De fato, o mercado de moda não vai parar de se relacionar com nomes famosos. Existem, sim, celebridades que são engajadas e têm propostas boas para a indústria, como as Gêmeas Olsen, proprietárias da grife The Row, consideradas precursoras do quiet luxury; e Pharrell Williams que, apesar de algumas críticas, entrega bons resultados para a Louis Vuitton.

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